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Título: EUA, liderança e hegemonia tecnológica : a indústria 4.0 como fator de competitividade
Autor(es): Alves, Raquel Silva
Orientador(es): Menezes, Roberto Goulart
Assunto: Estados Unidos - relações exteriores
Estados Unidos - relações econômicas internacionais
Data de apresentação: 2021
Data de publicação: 13-Dez-2021
Referência: ALVES, Raquel Silva. EUA, liderança e hegemonia tecnológica : a indústria 4.0 como fator de competitividade. 2021. 25 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Relações Internacionais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
Resumo: O objetivo desta pesquisa foi analisar a importância da Indústria 4.0 para o reposicionamento econômico dos Estados Unidos na economia global no período de 2001 a 2020. Nestas duas décadas o Estado norte-americano apoiou maciçamente a pesquisa e desenvolvimento (P&D) a fim de engajar as empresas e os demais agentes nesse novo ciclo tecnológico/onda de inovação. Assim como no período precedente que caracterizou a revolução científica tecnológica (HARVEY, 1989) a partir dos anos 1970, novamente o Estado mostra-se um ator decisivo na corrida tecnológica. A Indústria 4.0 significa a transformações nos distintos campos da produção e do conhecimento, isto é, caracteriza-se pela fusão de tecnologias que estão rompendo as barreiras entre as esferas físicas, digitais e biológicas (SCHWAB, 2015). De acordo com o autor, as principais características desta Indústria são a velocidade de inovação, escopo e o impacto sobre a economia global. Neste modelo de produção, a inovação se dá de maneira exponencial e transforma os modos de produção e a maneira de gerenciar. Assim, para compreender quais são as implicações geopolíticas sobre a liderança dos Estados Unidos no âmbito do capitalismo global, é importante destacarmos que na virada dos anos 1970 para 1980 sua liderança era contestada no campo capitalista. Conforme Brenner (2003) ao longo dos anos 1980, os EUA operaram uma reviravolta tanto no setor manufatureiro como nas finanças. O resultado da estratégia política-comercial do governo Reagan obteve sucesso fazendo com que os EUA contornassem com êxito parte das pressões sistêmicas e abriu caminho para os “exuberantes” anos 1990 (STIGLITZ, 2003). No século XXI as pressões sobre a capacidade de liderança do capitalismo global se repõem, sobretudo, pela ascensão de novas potências tecnológicas como a China. A hegemonia dos Estados Unidos após 1945 ancorou-se na nova arquitetura financeira e econômica na qual o dólar assumiu papel central na economia mundial. Entre 1945 e 1973, eles exerceram uma pax nas relações internacionais. A pujança da sua economia representou um período de prosperidade e crescimento do bem- estar assim como pôs em evidência o domínio de suas empresas em diversos setores. Esta reorganização da economia mundial sob a liderança dos EUA também ancorou-se, na sua capacidade militar ofensiva como garantia da manutenção de sua 2 posição no sistema internacional. Nos anos 1970 com a difusão da ideologia neoliberal, o redisciplinamento da periferia, o início dos programas de ajuste estrutural das economias endividadas, marcam uma reviravolta profunda no capitalismo global (FIORI, 2014). Estas transformações estão na base do processo de globalização. A ênfase dos EUA no desenvolvimento de novas tecnologias a fim de reposicionar suas empresas e com isso assegurar a liderança tecnológica nos setores mais rentáveis novamente conduz ao forte investimento estatal em pesquisa por meio de agências governamentais (MAZZUCATO, 2011). Entretanto, uma peça fundamental nesse cenário, no que se diz respeito à desafiante desse título, é a China. A ascensão chinesa no âmbito internacional num cenário cada vez mais globalizado é um dos empecilhos enfrentados pelos EUA na atual indústria 4.0.
Informações adicionais: Trabalho de Conclusão de Curso (graduação)—Universidade de Brasília, Instituto de Relações Internacionais, 2021.
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