Pobreza relativa e escalas de equivalência : uma aplicação para o Brasil de 1995 a 2014

Abstract

Os estudos sobre a pobreza no Brasil focam em sua maioria no conceito de insuficiência de renda absoluta. O uso desse conceito é justificável pela facilidade de compreensão que os resultados possuem e porque ser pobre no país, até pelo menos no final do século passado, indicava não ter o mínimo vital garantido no dia a dia. No entanto, com os avanços sociais e de renda conquistados na primeira década do século XX, o conceito de pobreza relativa ganha espaço no debate. Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo analisar a evolução do nível de pobreza relativa para o Brasil e suas regiões no período entre 1995 e 2014, estimando uma linha de insuficiência de renda relativa para cada Unidade Federativa em cada ano analisado, também buscou verificar a sensibilidade do nível de pobreza relativa aplicando as escalas de equivalência e comparar os perfis dos domicílios pobres encontrados nas estimações a partir das escalas de equivalência ao perfil estimado a partir da insuficiência de renda relativa per capta. O conceito de pobreza relativa utilizado foi da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no qual pobre é aquele que possui renda inferior a 50% da mediana da renda verificada no local de análise. Entre os principais resultados, verificou-se que as regiões do Centro Sul do país apresentaram a maior queda relativa na evolução da pobreza segundo a insuficiência de renda relativa e contatou-se também uma maior proximidade do perfil da pobreza da região Nordeste aos perfis da região Centro-Oeste e Sudeste e um maior distanciamento do perfil encontrado no Norte ao longo do período. Por fim, o uso de adulto-equivalência exige maior atenção, visto que tende a retirar da população considerada pobre domicílios com uma vulnerabilidade.