Afecções oftálmicas em equinos de um regimento de cavalaria e suas implicações clínicas

Abstract

O presente estudo retrospectivo apresenta a prevalência das afecções oftálmicas em 430 equinos criados em regime intensivo/semi-intensivo no 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (1º RCG), localizado em Brasília-DF utilizados em diferentes funções no período de 2015 a 2019 e diferencia as enfermidades de acordo com a função desempenhada por cada animal. No referido período, 6.074 atendimentos foram realizados na seção veterinária do 1º RCG. Desses 6074, 292 (4,8%) lesões oftálmicas foram registradas em 178 animais. A idade média dos pacientes variou entre 3 e 28 anos. Os machos foram mais afetados (100/58,1%) que as fêmeas (72/41,8%). Ao total foram diagnosticadas 15 diferentes afecções oftálmicas; entre elas, 78 (19,53%) úlceras de córnea, 76 (17,67%) conjuntivites, 61 (14,18%) habronemoses cutâneas, 59 (13,72%) traumas em região palpebral, 4 (0,93%) uveítes, 3 (0,69%) obstruções de ducto nasolacrimal, 2 (0,46%) massas em 3ª pálpebra, 2 (0,46%) hipópios, 1 (0,23%) ceratite, 1 (0,23%) catarata, 1 (0,23%) cílio ectópico, 1 (0,23%) carcinoma de células escamosas (CCE), 1 (0,23%) hipersensibilidade, 1 (0,23%) entrópio e 1 (0,23%) opacidade de córnea. Os equinos utilizados para a prática de Polo foram os mais afetados do regimento, principalmente pela úlcera de córnea, conjuntivite, habronemose cutânea e trauma palpebral, evidenciando que o tipo de função tem relação direta com as afecções atendidas no regimento devido a fatores de riscos específicos presentes no ambiente em que vivem e trabalham.