Relações de poder nos novos modelos de Casa Grande : empregadas domésticas e os velhos senhores de engenho no século XXI

Abstract

Este trabalho de conclusão de curso pretende adentrar na dicotomia entre o público e o privado dentro da discussão acerca do trabalho doméstico no Brasil, bem como as relações de poder presentes que perpetuam as dinâmicas de opressão nos novos casarões do século XXI - as casas dos patrões - e nas novas senzalas - os quartinhos de empregada. Ademais, uma vez que o trabalho doméstico encontra suas raízes em um período de origem escravocrata, esta monografia pretende perceber os traços do colonialismo ainda existentes séculos após a abolição da escravatura. Discutirá também sobre a reverberação da democracia do cuidado aos corpos subalternizados que realizam esta atividade, sendo, em suma, mulheres, negras, matriarcas e provedoras do sustento de seus lares, que são responsáveis pelo cuidado do lar de outrem. Para mobilizar essa discussão abordamos a literatura da Ciência Política acerca da divisão sexual e racial do trabalho e da democracia do cuidado, além de construir esta monografia sob a perspectiva de três conceitos: dororidade apresentado por Vilma Piedade, pretoguês por Lélia Gonzalez e escrevivência por Conceição Evaristo.