Análise da relação risco-retorno em carteiras de crédito-comparativo entre bancos tradicionais e Fintechs

Abstract

A relação risco-retorno, difundida, inicialmente, pela Teoria do Portfólio de Harry Markowitz, vem sendo utilizada nas decisões de investimentos e na avaliação de carteiras. Motivado pelo impacto das fintechs no mercado, com práticas de negócios disruptivas e arrojadas, o presente trabalho tem como objetivo verificar qual dos dois tipos de instituições financeiras, bancos tradicionais ou fintechs, detém a carteira de crédito mais arriscada e, consequentemente, a carteira com maiores retornos, assim como esperado pela relação risco-retorno. Para o período entre 2018 e 2020, foram analisadas, semestralmente, as seguintes entidades como parte da amostra: Nu Pagamentos, Original, Inter e Agibank como representantes das fintechs; e Caixa Econômica Federal (CEF), Banco do Brasil (BB), Itaú e Bradesco como representantes dos bancos tradicionais. Com uma abordagem quantitativa e descritiva, foram calculados, a partir de dados coletados da base IF.Data do Banco Central do Brasil, os percentuais das receitas de crédito e das despesas com provisão para créditos de liquidação duvidosa em relação ao saldo da carteira de crédito ativa das instituições, como parâmetros de nível de retorno e de risco, respectivamente. Com taxas de risco e de retorno superiores, além de maior dispersão nos dados, os resultados dos períodos analisados mostram que as instituições fintechs vêm apresentando mais risco e maior retorno quando comparados aos bancos tradicionais, corroborando a ideia de que o modus operandi e o tipo de público alvo das fintechs, de fato, as fazem operar com maior risco do que as instituições tradicionais, ratificando a aplicação da Teoria desenvolvida por Markowitz.