Título: | Intellectual property, public health and tobacco : a new orientation for developing countries at the WTO? |
Autor(es): | Castro, Carla Frade de Paula |
Orientador(es): | Bécard, Danielly Silva Ramos |
Assunto: | Propriedade intelectual Comércio internacional Saúde pública Organização Mundial do Comércio (OMC) Acordos internacionais Políticas públicas Tabaco Países em desenvolvimento |
Data de apresentação: | 26-Abr-2020 |
Data de publicação: | 13-Set-2021 |
Referência: | CASTRO, Carla Frade de Paula. Intellectual property, public health and tobacco: a new orientation for developing countries at the WTO? 2020. 33 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Relações Internacionais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020. |
Resumo: | Este artigo analisa a relação entre comércio internacional, propriedade intelectual e
saúde pública, no contexto específico da Organização Mundial do Comércio (OMC) e, mais
particularmente, de seu Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual
Relacionados ao Comércio (TRIPS). Desde a Rodada Uruguai (1986-1994), os países
desenvolvidos (principalmente os Estados Unidos) procuraram fortalecer o regime
internacional de propriedade intelectual, o que acabou se concretizando na forma do TRIPS.
Esse processo, no entanto, foi amplamente contestado pelos países em desenvolvimento, que
argumentaram que o TRIPS restringia suas opções em termos de políticas públicas para
proteger e promover a saúde pública, liderando também outras discussões sobre o tópico na
OMC. Curiosamente, quando a Austrália decidiu promulgar em 2011 uma legislação
determinando embalagens genéricas para produtos de tabaco, de forma a reduzir seu consumo,
cinco países em desenvolvimento – Cuba, República Dominicana, Honduras, Indonésia e
Ucrânia – foram os primeiros a se opor à medida, alegando que ela violava o TRIPS. O artigo
explora essa incongruência na posição dos países em desenvolvimento. Para tanto, discutiremos
primeiro o conceito de propriedade intelectual e o histórico de negociações do TRIPS. Na
sequência, analisaremos as disposições do Acordo TRIPS relacionadas à saúde pública e como
sua interpretação vem evoluindo na OMC, com foco nas demandas dos países em
desenvolvimento. Posteriormente, contextualizaremos a epidemia global do tabaco, a legislação
australiana sobre embalagens genéricas e as disputas na OMC, depois do que procuraremos
entender o que levou aqueles países a contestar essa medida. A pesquisa mostrou uma
correlação forte entre as empresas transnacionais de tabaco e o caso na OMC: elas contestaram
a Lei Australiana em outros dois fóruns e efetivamente pagaram os custos de três das disputas;
além disso, a análise dos indicadores macroeconômicos relacionados à economia do tabaco
(vendas, impostos, exportações etc.) nesses territórios demonstrou que os países queixosos
mantêm uma relação de interdependência com as empresas de tabaco, com exceção da Ucrânia
– o que, por sua vez, é consistente com sua decisão de se retirar da disputa. |
Abstract: | This paper looks at the relationship between trade, intellectual property and public
health, within the specific context of the World Trade Organization (WTO) and, more
particularly, its Agreement on Trade Related Aspects of Intellectual Property (TRIPS). From
as early as the Uruguay Round (1986-1994), developed countries (most notably the United
States) sought to strengthen the international regime for intellectual property, which eventually
materialized in the form of TRIPS. This process, however, was thoroughly opposed by
developing countries, who argued that TRIPS curtailed their policy options for protecting and
promoting public health and led further developments on the topic within the WTO. Strangely
enough, when Australia decided to enact plain packaging legislation aimed at curbing tobacco
consumption in 2011, five developing countries – Cuba, the Dominican Republic, Honduras,
Indonesia and Ukraine – were the first to oppose the measure, under the claim that it violated
TRIPS. The paper focuses on this incongruence in developing countries’ stance. To that end,
we will first discuss the concept of intellectual property and TRIPS’ negotiating history. Going
forward, we analyze TRIPS Agreement’s provisions related to public health and how their
interpretation has been developing at the WTO, with a focus on developing countries’ demands.
Later, we contextualize the global epidemic of tobacco, Australia's plain packaging legislation
and the WTO disputes, following which we will strive to understand what has led the
complainants to challenge this measure. The research showed a strong correlation between
transnational tobacco companies and the WTO case: they have challenged the Australian Act
in two other fora and effectively paid the costs for three of the disputes; furthermore, analysis
of the macroeconomic indicators related to the tobacco economy (sales, taxes, exports etc.) in
those territories demonstrated that complainant countries hold a relationship of interdependence
with tobacco corporations, with the exception of Ukraine –which at its turn is consistent with
its decision to withdraw from the dispute. |
Informações adicionais: | Trabalho de Conclusão de Curso (especialização)—Universidade de Brasília, Instituto de Relações Internacionais, Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais, XXI Curso de Especialização em Relações Internacionais, 2020. |
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Aparece na Coleção: | Relações Internacionais - Especialização
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