Resumo: | Este ensaio tem por objetivo discutir a categoria literária autor, sob as perspectivas e
contribuições de Barthes, Foucault, Giorgio Agamben, Walter Benjamin e Djamila
Ribeiro. As discussões do século XX centraram-se, de maneira geral, sobre qual
instância teria o privilégio do sentido: se o autor, se o texto ou se o leitor. Mesmo tendo
focado na instância autoral, neste trabalho percebemos que o século XXI, com as
teorias pós-coloniais (como a do “lugar de fala” especialmente), vem presenciando o
debate quanto à questão da voz dos Outros, entendidos como os que estão (e
estiveram) à margem do processo cultural. Entendemos que há um pressionamento
legítimo e necessário por parte desses grupos, silenciados durante séculos, para que
façam ouvir sua voz. A consequência, para além do dado cultural, é a ampliação dos
saberes e das artes, desenvolvendo a sociedade por meio do acesso e da constituição
de mais direitos. De forma indireta, percebemos, ainda, que métodos alheios aos
tradicionalmente utilizados pela teoria literária podem se mostrar úteis na consecução
de análises que demandam concretude, em especial de textos de crítica literária,
respeitadas, naturalmente, as instâncias típicas do campo artístico. Tais métodos são
próprios da Análise de Discurso Crítica (ADC), e neste trabalho adotamos as ideias
propostas por Fairclough e Chouliaraki. |