Resumo: | Neste século XXI, as minorias obtiveram grandes êxitos nas conquistas de seus direitos políticos e sociais, especialmente por intermédio de práticas discursivas. Contudo, a minoria ateísta permanece sem voz, isto é, discriminada socialmente e sem participação política. Este artigo pretende, então, investigar as origens ideológicas desse preconceito contra a minoria ateísta e apontar o discurso como uma forma de esclarecimento e emancipação. Apresenta-se uma reflexão com base na Análise de Discurso Crítica, a partir de uma reformulação do arcabouço analítico de Chouliaraki e Fairclough (1999), cuja proposta foi realizada por Dias (no prelo), em função das realidades de análise da contemporaneidade. Destaca-se ainda o papel da ideologia na construção do preconceito contra a minoria ateísta e analisam-se as identidades construídas, compreendendo-se que identidade e diferença constituem uma relação dialética de inserção e exclusão sociais. Foi bastante discutida a relação entre a naturalização da moral cristã e o preconceito contra os ateístas, contudo este artigo procurou manter o caráter científico sem se ater a questionamentos a respeito de qualquer crença. _________________________________________________________________________________ ABSTRACT Throughout the XXI century, minorities have achieved great developments concerning their political and social rights by means of discursive practices. Nevertheless, the atheist minority remains voiceless, i.e., socially discriminated and politically excluded. This particular article intends to investigate the ideological origins of such prejudice against the atheist minority and point the discourse as a way for emancipation and clarification. The reflection presented is built from the perspective of the Critical Discourse Analysis, based on the reformulation of the analytical methods of Chouliaraki & Fairclough (1999), as proposed by Dias (in press), which aims to adapt the original approach to the new realities of the contemporary analysis. This article stresses out the role ideology plays in the construction of prejudice and also studies the identities involved in this dynamics, comprehending that identity and differentiation constitute a dialectical relation of both social insertion and exclusion. It also discusses the relation between the naturalization of the Christian morality and the systemical prejudice against atheism, maintaining, however, the scientific aspect of the debate, not digressing to questioning any group of spiritual belief. |