Título: | A representação da figura feminina nos dicionários : uma análise comparativa de verbetes no Dicionário Aurélio da língua portuguesa e no Diccionario de la lengua española |
Autor(es): | Feitosa, Gabriel Moura |
Orientador(es): | Vigata, Helena Santiago |
Assunto: | Dicionários - língua portuguesa Dicionários - língua espanhola Lexicografia Lexicologia Sexismo Mulheres - representações Gênero - desigualdade Gênero - relações |
Data de apresentação: | 6-Dez-2019 |
Data de publicação: | 24-Jul-2020 |
Referência: | FEITOSA, Gabriel Moura. A representação da figura feminina nos dicionários: uma análise comparativa de verbetes no Dicionário Aurélio da língua portuguesa e no Diccionario de la lengua española. 2019. 58 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Línguas Estrangeiras Aplicadas)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019. |
Resumo: | Neste trabalho são analisadas as definições dos verbetes “patrão” e “patroa” (em espanhol, “patrón” e “patrona”) no Dicionário Aurélio da língua portuguesa (2010) e no Diccionario de la lengua española (2014), com o intuito de compreender os usos e as implicações desses verbetes (masculino e feminino) em situações hierárquicas de poder. Sabemos que os dicionários têm um grande valor para os falantes de determinada língua. Sendo assim, os usuários possuem uma ampla confiabilidade nas informações que obtêm deles (KRIEGER, 1995), principalmente quando é citado um dos dicionários mais prestigiados respectivamente no Brasil e na Espanha. A partir do trabalho de Krieger, percebemos que a legitimidade atribuída aos dicionários cria efeitos de neutralidade, porém, constatamos um discurso hegemônico de dominação masculina, refletindo uma linguagem de caráter sexista e excludente. O presente trabalho tem como aporte teórico a abordagem sociológica de Bourdieu (1998), bem como estudos recentes desenvolvidos pela Lexicologia e Lexicografia: Krieger (1995), Biderman (2004) e Haensch (1997). Após realizar uma análise comparativa das definições obtidas em ambos os dicionários, foi desenvolvida uma pesquisa de campo para identificar o ponto de vista das mulheres sobre as diferenças encontradas nas acepções dos dois verbetes e suas opiniões em relação às duas propostas. Desse modo, este trabalho busca propor uma análise crítica sobre as acepções dos verbetes em questão por meio de diferentes óticas. Consequentemente, os resultados da pesquisa apontam que as definições encontradas nos dicionários têm marcas sócio-históricas e ideológicas que refletem como uma comunidade linguística estabelece seu pensamento crítico e como está organizada nas esferas social e política. |
Abstract: | This academic work analyzes the definitions of the "patrão" and "patroa" entries in the Dicionário Aurélio da língua portuguesa (2010) and in the Diccionario de la lengua española (2014), in order to understand the uses and implications of these entries (masculine and feminine) in hierarchical situations of power. We know that dictionaries have a great value for speakers of a particular language. Thus, users have wide reliability in the information they get from it (KRIEGER, 1995), especially when it comes to one of the most prestigious dictionaries in Brazil and Spain. From Krieger’s work it is possible to observe that the legitimacy attributed to dictionaries creates effects of neutrality, however, we found a hegemonic discourse of male domination that reflects a language of sexism and exclusion. The present work has as theoretical basis Bourdieu's sociological approach (1998), as well as recent studies developed by Lexicology and Lexicography: Krieger (1995), Biderman (2004) and Haensch (1997). After a comparative analysis of these references, field research was conducted to identify women's points of view on the differences found in the meanings of the two entries and their opinions on these two proposals. In this way, this paper seeks to propose a critical analysis of the meanings of the entries under discussion through different perspectives. Consequently, the results of the research point out that the definitions found in the dictionaries have socio-historical and ideological marks that reflect how a linguistic community establishes its critical thinking and how it is organized in the social and political sphere. |
Resumén: | En este trabajo analizamos las definiciones de dos palabras "patrón" y " patrona" en el Dicionário Aurélio da língua portuguesa (2010) y en el Diccionario de la lengua española (2014) para comprender los usos y las implicaciones de estas entradas (masculino y femenino) en situaciones jerárquicas de poder. Sabemos que los diccionarios tienen un gran valor para los hablantes de una determinada lengua. Por lo tanto, los usuarios tienen una gran fiabilidad en la información que obtienen de ellos (KRIEGER, 1995), especialmente cuando mencionamos uno de los diccionarios más prestigiosos de Brasil y España. A partir del trabajo de Krieger nos damos cuenta de que la legitimidad atribuida a los diccionarios crea efectos de neutralidad; sin embargo, encontramos un discurso hegemónico de dominación masculina que refleja un lenguaje de carácter sexista y excluyente. El presente trabajo tiene como base teórica el enfoque sociológico de Bourdieu (1998), así como estudios recientes desarrollados por la Lexicología y Lexicografía: Krieger (1995), Biderman (2004) y Haensch (1997). Tras realizar un análisis comparativo de las definiciones obtenidas en ambos diccionarios se llevó a cabo una investigación de campo para identificar la perspectiva de las mujeres sobre las diferencias encontradas en las acepciones de las dos entradas y su opinión con respecto a las dos propuestas. De este modo, este trabajo busca proponer un análisis crítico de los significados de las entradas en cuestión a través de diferentes perspectivas. En consecuencia, los resultados de la investigación indican que las definiciones encontradas en los diccionarios tienen marcas sociohistóricas e ideológicas que reflejan cómo una comunidad lingüística establece su pensamiento crítico y cómo se organiza en las esferas social y política. |
Résumé: | Dans ce travaille sont analysés les définitions des mots "patrão" et "patroa" dans le Dicionário Aurélio da língua portuguesa (2010) et dans le Diccionario de la lengua española (2014), afin de comprendre les utilisations et les implications de ces entrées (masculin et féminin) en situations hiérarchiques de pouvoir. Nous savons que les dictionnaires ont une grande valeur pour les locuteurs d’une langue. Ainsi, les utilisateurs ont une grande fiabilité dans les informations qu’ils obtiennent des dictionnaires (KRIEGER, 1995), surtout quand nous parlons de l’un des plus prestigieux dictionnaires au Brésil et en Espagne. D'après le travail de Krieger, nous apercevons que la légitimité attribuée aux dictionnaires crée des effets de neutralité. Cependant, nous trouvons un discours hégémonique de domination masculine qui reflète un langage de caractère sexiste et excluant. Le présent travail a sa base théorique autour de l’approche sociologique de Bourdieu (1998), ainsi que les études récentes développées par la Lexicologie et la Lexicographie: Krieger (1995), Biderman (2004) et Haensch (1997). Après avoir effectué une analyse comparative des définitions obtenues dans les deux dictionnaires, une recherche est développée pour identifier le point de vue des femmes sur les différences trouvées dans les significations des deux entrées et leur opinion sur les deux propositions. Donc, cet article cherche à proposer une analyse critique de la signification des entrées en débat à travers des différentes optiques. En conséquence, les résultats de cette recherche indiquent que les définitions trouvées dans les dictionnaires portent des marques socio-historiques et idéologiques qui reflètent la manière dont une communauté linguistique établit sa pensée critique et son organisation dans les sphères sociale et politique. |
Informações adicionais: | Trabalho de Conclusão de Curso (graduação)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução, Línguas Estrangeiras Aplicadas ao Multilinguismo e à Sociedade da Informação, 2019. |
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