A inclusão da pessoa com necessidades especiais no ensino profissional

Abstract

Este trabalho surgiu das reflexões que foram realizadas durante meu trabalho enquanto coordenadora pedagógica em instituição de ensino profissional, com pouquíssimos atendimentos a alunos com deficiência e, tem como objetivo identificar as dificuldades encontradas no processo de inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais, possibilitando a reflexão e socialização de idéias inclusivas com os profissionais da instituição. De acordo com a LDBEN 9394/96, a educação profissional e a especial foram concebidas como modalidades dos dois níveis de ensino do sistema educacional brasileiro, o básico e o superior. Mas as pessoas com necessidades especiais ainda encontram dificuldades para ingressar nas Escolas Profissionais. Com a evolução da Humanidade, as pessoas com necessidades especiais foram deixando de ser excluídos para fazerem parte da sociedade, mas, ainda encontram muitos empecilhos para verem seus direitos garantidos no seu dia a dia, pois a educação oferecida a eles, sempre foi diferente daquela ofertada aos demais estudantes. A tendência inclusiva está contida nos documentos oficiais, mas na prática não é o que acontece no interior das escolas. Para a realização do trabalho foi escolhida a abordagem qualitativa de pesquisa. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi a entrevista, semi – estruturada aplicada a 20 profissionais que atuam na instituição, sendo professores e funcionários técnico administrativos, constatando se ainda existe resistência ao processo de inclusão por parte dos profissionais que fazem parte da comunidade escolar e identificando as necessidades que ainda persistem no processo de inclusão. Esta pesquisa contribuiu com os professores do IEP, na medida em que propiciou um diálogo sobre a problemática da inclusão dos deficientes tanto na formação profissional quanto na ocupação de funções junto ao mercado de trabalho, e nos revelou que embora a maioria dos profissionais possua bastante experiência em educação, na rede regular de ensino, buscaram se informar sobre a inclusão por conta própria, a instituição não tem promovido discussões acerca deste processo. Dos profissionais entrevistados 13, ou 65% deles, acreditam que para que o aluno com necessidades especiais tenha acesso e permaneça na instituição de ensino profissional, precisa que os profissionais sejam capacitados, sendo que 18 deles ou 80% não tiveram acesso a formação docente voltado para o atendimento a alunos com necessidades especiais. Com este estudo concluímos que a escola de educação profissional, IEP não se encontra preparada para realizar o atendimento a alunos com necessidades especiais, precisa ainda de uma discussão mais aprofundada sobre o assunto, capacitação dos profissionais envolvidos, além de uma política voltada para a formação integral da pessoa.