Intoxicações medicamentosas no Brasil entre o período de 2008 e 2015 : uma análise descritiva

Abstract

Introdução: A intoxicação é um processo patológico causado por substâncias químicas endógenas ou exógenas e caracterizada por desequilíbrio fisiológico, em consequência das alterações bioquímicas no organismo. O medicamento é um recurso essencial nos sistemas de saúde, o uso adequado pode trazer muitos benefícios ao paciente, porém o uso inadequado pode estar relacionado às intoxicações. Objetivo: Analisar as intoxicações com medicamentos no Brasil entre os anos de 2008 e 2015. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico, com dados das bases do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX), dos anos de 2008 a 2015, e teve como unidades de análise os centros de informações toxicológicas (CITs) ativos durante o período do estudo. Na segunda parte do trabalho realizou-se um estudo de caso com dados obtidos do Notivisa, dos anos de 2008 a 2018. Resultados: Totalizou-se 12 CITs ativos durante o período do estudo, notificando 111.810 casos de intoxicações medicamentosas no Brasil. Crianças na faixa etária de um a quatro anos representaram 27,6% da totalidade de casos, seguidos pelos jovens adultos com 31,2% (representados pelas faixas etárias de 20 a 29 anos e 30 a 39 anos). Intoxicações acometem em especial as mulheres (62,2%). Os casos de óbitos representaram 0,30% dos casos. Mais da metade dos casos evoluíram pra cura (52,1%). Dos medicamentos informados junto às notificações de intoxicações medicamentosas, os fármacos que atuam no sistema nervoso central (61,5%) são os mais prevalentes, totalizando 72 medicamentos. Conslusão: No estudo identificou-se que nem todas as Unidades Federativas possuem CITs ativos no período do estudo. Observou-se que mulheres, crianças e pessoas em idade produtiva foram os mais prevalentes nos casos notificados. Além disso, medicamentos controlados estiveram mais relacionados aos casos de intoxicação.