Prevalência de infecções relacionadas à assistência à saúde em pacientes de Unidade de Terapia Intensiva

Abstract

Introdução: As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) acometem com maior frequência pacientes em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), são consideradas como graves e aumentam o risco de óbito. O conhecimento de taxas, dos tipos, dos sítios e dos agentes etiológicos destas infecções, assim como os fatores relacionados, são essenciais para direcionamento da prevenção e controle de IRAS em UTI. Objetivo: Verificar a prevalência de infecções relacionadas a assistência à saúde em pacientes adultos sob regime de internação em Unidades de Terapia Intensiva. Método: Estudo epidemiológico retrospectivo do tipo transversal analítico desenvolvido a partir de dados secundários do Núcleo de Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (NCIH) e dos prontuários através do sistema Trak Care em uma Unidade de Terapia Intensiva de um hospital público do Distrito Federal. A amostra foi composta por pacientes internados entre janeiro de 2016 e dezembro de 2017, com idade acima de 18 anos, e os dados coletados através de um instrumento estruturado. Para na análise realizou-se análise descritiva e inferencial por meio do programa SPSS® versão 23. Os resultados foram expressos em média, desvio-padrão e mediana. Para análise das variáveis não paramétricas realizou-se o Teste exato de Fisher e de Mann-Whitney. Considerou-se significativos os resultados com p<0,05. Resultados: A prevalência percentual de IRAS foi de 2,33 casos em 642 pacientes.. A mediana da idade dos pacientes foi de 71 anos. Do total de participantes, 75% foram do sexo feminino. Em um total de 87,5% de internações clínicas, 50% dos pacientes tinham como comorbidade hipertensão arterial. O tempo mediano de internação na UTI foi de 49 dias. Pacientes com maior tempo de internação evoluíram mais frequentemente ao óbito (p= 0,05) e aqueles com idade avançada revelaram predisposição ao óbito. Do total, 62,5% dos pacientes com IRAS evoluíram ao óbito. Conclusão: A prevalência de IRAS foi de 2,33%, em 642 pacientes dos casos internados entre 2016 e 2017, Tal resultado pode expressar uma subnotificação, mas é importante ressaltar que a falta de insumos necessários para diagnóstico de IRAS foi determinante e influenciou o desfecho dos resultados. Mostrando as dificuldades encontradas no serviço de saúde e o impacto da falta destes materiais na prevenção e controle destas infecções.