Resumo: | O processo de ocupação urbana, historicamente, tem ocorrido de maneira desordenada e negligenciada, à parte de um planejamento urbano que contemple as potencialidades e fragilidades do meio ambiente, e dissociado a planos de saneamento básico para demandas futuras. Além disso, a ação especulativa sobre o solo urbano e as desigualdades sociais prejudicam o acesso a moradias em locais adequados. Como consequências, há a concentração de pessoas muitas vezes sem condições mínimas de infraestruturas públicas e a produção de uma série de efeitos negativos na saúde humana e no meio ambiente. Além do mais, a expansão não planejada das redes de abastecimento de água gera problemas no atendimento às normas, quanto aos intervalos de pressão e velocidade. Então, com vistas a integrar as características do meio ambiente às tomadas de decisões no planejamento do uso do solo, surgiu o planejamento ambiental. Neste contexto, o presente estudo tem como objetivo geral propor a adequação da rede de abastecimento de água para a zona urbana do Município de Formosa, Goiás, em um dos cenários de ocupação urbana proposto, com base no crescimento populacional calculado para o horizonte temporal adotado, de 35 anos. Para tanto, foram feitos dois cenários, um otimista, fundamentado nas diretrizes do Plano Diretor municipal quanto ao aumento da densidade demográfica, e um pessimista, considerando a densidade demográfica média atual constante. Para delimitação dos cenários, um mapa de aptidão à expansão urbana foi gerado, baseado em seis critérios – físicos e ambientais. E para concepção da rede foram consideradas as normas e as recomendações literárias existentes quanto a demanda, diâmetro, distâncias máximas entre tubulações, material, entre outras. Do diagnóstico da rede atual, inferiu-se que a melhor solução era a concepção de uma nova rede, tentando, ao máximo, contemplar as estruturas existentes. Dos resultados, pôde-se concluir que Formosa não tem grandes possibilidades de crescimento urbano, visto que está em uma região cercada por diversos fatores, naturais e políticos, que impossibilitam tal uso. Além disso, a ocupação rarefeita da cidade, até mesmo para o cenário de adensamento, foi um fator limitante para o perfeito funcionamento da rede proposta. Finalmente, as baixas escalas dos mapas obtidos e a grande dificuldade de acesso às informações atualizadas foram pontos negativos. Por outro lado, os programas utilizados, como sistemas de informações geográficas e de simulações hidráulicas, foram bem-sucedidos na obtenção dos resultados, o que reforça a necessidade da utilização dessas ferramentas na solução de problemas urbanos correlacionados aos assuntos abordados. |