Utilize este link para identificar ou citar este item: https://bdm.unb.br/handle/10483/21888
Arquivos neste item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
2018_MariaRaquelGomesMaiaPires_tcc.pdf575,23 kBAdobe PDFver/abrir
Título: A antimetafísica de um (suposto) discurso metafísico : controvérsias em torno da noção de vontade de poder em Nietzsche
Autor(es): Pires, Maria Raquel Gomes Maia
Orientador(es): Garcia, André Luis Muniz
Assunto: Poder (Filosofia)
Metafísica
Data de apresentação: 10-Dez-2018
Data de publicação: 24-Abr-2019
Referência: PIRES, Maria Raquel Gomes Maia. A antimetafísica de um (suposto) discurso metafísico: controvérsias em torno da noção de vontade de poder em Nietzsche. 2018. 63 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Filosofia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.
Resumo: A presente monografia discute as controvérsias acerca de um (suposto) discurso metafísico, qual seja, a noção de vontade de poder em Nietzsche. Esse tema foi bastante discutido a partir dos comentários de Heidegger sobre Nietzsche, que o viu como uma “metafísica da vontade de poder”, conceituada, na linguagem de Ser e Tempo, como uma “designação que perfaz o caráter fundamental de todo ente” e como “o único pensamento de Nietzsche”. Coube a Müller-Lauter, um dos autores que participou do projeto de revisão crítica da obra de Nietzsche, contradizer Heidegger no entendimento metafísico da vontade de poder. Em linhas gerais, seus contrapontos são: (i) a doutrina da interpretação perfaz aquilo que Nietzsche chama de vontade de poder; (ii) vontade de poder, enquanto interpretação, não se pretende uma metafísica porque contradiz a pretensão de conhecer o ente enquanto ente, o ser em sua essência. Nietzsche não entenderia a vontade de poder no âmbito de um vocabulário ontológico, mas pluralista e dinâmico, relacional. Nesse contexto interpretativo, a questão que discutimos nessa pesquisa é a seguinte: a vontade de poder na filosofia de Nietzsche pressupõe o modo de perguntar da metafísica, como afirma Heidegger, ou se sugere um perspectivismo interpretativo antimetafísico, como objetado pela pesquisa-Nietzsche iniciada com Müller-Lauter? Nosso argumento é o de que, no contexto em que a vontade de poder surge na filosofia de Nietzsche, o seu caráter antimetafísico permeia o viés perspectivista do seu pensamento. Desdobramos isso em dois fios condutores: i – a vontade de poder como um “jogo de forças” recompõe o componente imanente e relacional que a caracteriza; ii – o perspectivismo da vontade de poder se delineia pelo caráter estético de sua exposição, em contraposição ao sentido teórico – algo feito notadamente pelo recurso de Nietzsche a certas estratégias oriundas da tradição artística, o que caracteriza, de modo inovador, sua peculiar “linguagem”. Em meio às controvérsias da vontade de poder como metafísica, como viu Heidegger, ou antimetafísica de inspiração científico-naturalista, como defendeu Müller-Lauter, nossa investigação aponta um modo diferente de olhar para essa construção linguística de forte apelo filosófico (vontade de poder), algo mais próximo das mediações estéticas presentes no modo de filosofar de Nietzsche.
Abstract: This study discusses the controversies concerning a (purported) metaphysical discourse, which is, the concept of will to power in Nietzsche. This theme has been extensively discussed based on the comments by Heidegger on Nietzsche, which see it as a “metaphysics of the will to power”, conceptualized, in the language from Being and Time, as a “designation that constitutes the fundamental character of every entity” and as “the only thought of Nietzsche”. It fell to Müller-Lauter, one of the authors who participated in the project for the critical revision of Nietzsche’s work, to contradict Heidegger in the metaphysical understanding of the will to power. In general lines, his counterpoints are: (i) the doctrine of interpretation constitutes that which Nietzsche calls will to power; (ii) will to power, as an interpretation, doesn’t intend to be metaphysical because it contradicts the aspirations to know the entity as an entity, the being in its essence. Nietzsche wouldn’t understand the will to power in the context of an ontological vocabulary, but in a pluralistic and dynamic one, relational. In this interpretative context, the question we discuss in this research is: does the will to power in Nietzsche’s philosophy assume the metaphysical asking manner, as Heidegger states, or does it suggest an interpretative antimetaphysical perspectivism, as argued by Nietzsche-research started by Müller-Lauter? Our argument is that, within the context where will to power appears in Nietzsche’s philosophy, its antimetaphysical character permeates the perspectivist slant of his thought. We unfold that into two guiding lines: i – the will to power as a “power game” restores the immanent and relational element that characterizes it; ii – the perspectivism of will to power is delineated by the aesthetic character of its exposition, contrasting with the theoretical sense – something notably carried out by Nietzsche’s recourse to certain strategies deriving from artistic tradition, which characterizes, innovatively, his peculiar “language”. Among the controversies of will to power as metaphysical, as Heidegger saw it, or antimetaphysical with scientific-naturalistic inspiration, as Müller-Lauter defends, our investigation points to a different way of looking at that linguistic construction of strong philosophical appeal (will to power), something closer to the aesthetic mediations present in Nietzsche’s manner of philosophizing.
Informações adicionais: Trabalho de Conclusão de Curso (graduação)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de Filosofia, 2018.
Aparece na Coleção:Filosofia - Graduação



Este item está licenciado na Licença Creative Commons Creative Commons