Resumo: | A ocorrência de quedas em idosos constitui um importante problema de saúde
pública. Faz-se necessário, portanto, a identificação de fatores associados ao risco de quedas, de
modo a fornecer subsídios para a implementação de estratégias preventivas. Portanto, o objetivo
deste estudo foi verificar o impacto da obesidade sobre o risco de quedas e o medo de cair em
mulheres idosas. Tratou-se de um estudo transversal analítico. A amostra foi composta por 226
mulheres idosas (68,05 ± 6,22 anos; 68,06 ± 11,79 kg; 1,56
± 0,06 m), estratificadas de acordo com o Índice de Massa Corporal (IMC) em eutróficas (18,5 kg/m²
≤ IMC < 25 kg/m²), sobrepesadas (25 kg/m² ≤ IMC ≤ 30 kg/m²) e obesas (IMC
≥ 30 kg/m²). O risco de quedas foi avaliado pelo QuickScreen Clinical Falls Risk Assessment
(QuickScreen), o qual verifica a ocorrência de oito fatores relacionados a quedas e quantifica a
probabilidade da idosa sofrer uma queda nos próximos 12 meses. O medo de cair, por sua vez, foi
mensurado por meio da Escala de Eficácia de Quedas – Internacional (FES-I). Para comparar os
resultados dos grupos, empregaram-se os testes Qui-quadrado e ANOVA One-way. O nível de
significância adotado foi de p<0,05. Notavelmente, aobesidade foi associada a uma probabilidade de quedas aumentada, o que pode ser
atribuído à diminuição do tempo de reação e da força muscular. Adicionalmente, observou- se
diferença significativa entre os grupos no escore da FES-I (p<0,01), sendo que as idosas obesas
exibiram um medo de cair mais acentuado (30,10± 8,4) que as eutróficas (25,33 ± 7,11; p<0,01) e as
sobrepesadas (26,97 ± 7,05; p<0,05). Conclui-se que a obesidade exerce um impacto negativo sobre o
risco de quedas e o medo de cair em mulheres idosas, o que pode ser parcialmente explicado pela
diminuição do tempo de reação e da força muscular. Esses achados se agregam a evidências prévias
que apontam a obesidade como um importante fator de risco para quedas em idosos. |