Resumo: | INTRODUÇÃO: A teoria da transição epidemiológica está focalizada na complexa mudança dos padrões de saúde e doença e na interação entre esses padrões e seus determinantes e consequências. Essas mudanças nos padrões dizem respeito à diminuição da mortalidade por doenças infecciosas e aumento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). As doenças crônicas, uma vez desenvolvidas, provocam uma necessária readaptação no estilo de vida dos pacientes, especialmente, porque tais doenças geram efeitos que perduram por toda a vida. A faixa etária igual ou superior a 60 anos representa uma parcela da população extremamente suscetível à prevalência de doenças crônicas e estas, por sua vez, contribuem para uma maior probabilidade de manifestar as dificuldades na realização das atividades de vida diária com interferência na independência e autonomia do idoso. A incapacidade funcional detém um caráter multidimensional uma vez que têm como causas múltiplos fatores, a exemplo dos biológicos, os psicológicos, os de caráter socioeconômico, cultural e, em especial, as doenças crônicas, que representam um expressivo fator de causalidade. OBJETIVO: Identificar a relação entre doenças crônicas e capacidade funcional em idosos hospitalizados. MÉTODOS: Trata-se de estudo transversal, descritivo e observacional, e de análise quantitativa. A coleta de dados foi realizada em uma única etapa, a partir de um instrumento elaborado pelos pesquisadores, por meio do qual foram coletados dados sociodemográficos e clínicos dos idosos que se encontravam hospitalizados no período da coleta. Os dados gerontogeriátricos envolveram a aplicação de escalas já validadas na literatura, a saber: Index of Activity Daily Living (Índex de Atividades Básicas de Vida Diária - ABVD) de Katz; e a Escala de Lawton, para avaliação das Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD). O projeto de pesquisa foi aprovado sob o numero CAEE 81883517.6.0000.0030. RESULTADOS: Amostra foi composta por 27 idosos, com média de idade de 70 anos, 59% eram do sexo feminino, 74,1% se autodeclararam pardos, 55,5% eram casados/moravam juntos e 55,56% eram católicos, 85% moravam acompanhados. Quanto às doenças crônicas mais frequentes entre os idosos foram aquelas associadas ao Sistema Cardiovascular como a Hipertensão Arterial seguidas das doenças do Sistema Endócrino como o Diabetes Mellitus. Quanto aos hábitos de vida, 81,5% dos idosos não praticavam atividade física, 74% já foram tabagistas ou ainda são, 59% nunca fizeram uso de bebidas alcoólicas de maneira contínua. Em relação ao uso de medicamento de uso contínuo 96,3% utilizava algum tipo. Em relação às Atividades de Vida Diária, 81,5% dos idosos eram independentes no desempenho das atividades básicas de vida diária segundo o índice de Katz, contudo para as atividades instrumentais de vida diária verificadas pelo índice de Lawton, 40,7% apresentaram dependência leve. CONCLUSÃO: Os idosos que participaram do estudo apresentaram as doenças crônicas com alto índice de possíveis complicações que se não bem controladas ou acompanhadas poderão interferir diretamente na capacidade funcional e consequentemente na qualidade de vida destes idosos, onerando tanto o sistema de saúde quanto a família que arcará com o cuidado relacionado às sequelas que uma hipertensão e um diabetes descompensados poderão ocasionar em um idoso. |