Resumo: | O bicudo-do-algodoeiro, Anthonomus grandis grandis Boheman(Coleoptera:
Curculionidae), é considerado praga-chave da cultura do algodão, sendo um grande
limitante à produção da cultura. Este trabalho teve como objetivo avaliar a alteração no
ataque do bicudo-do-algodoeiro infestando o algodoeiro cultivado sob diferentes
populações de plantas. Os tratamentos foram representados pelos espaçamentos de 0,5,
0,75 e 1,0 metros entre linhas, sendo arranjados no delineamento em blocos ao acaso
com quatro repetições As coletas/avaliações foram realizadas semanalmente tendo
início aos 108 dias após a semeadura (DAS) e se mantendo até os 225 DAS, totalizando
18 avaliações. Foram coletadas as estruturas reprodutivas caídas no solo (botão floral,
flor, maçã e capulho) e contabilizadas quanto ao número de estruturas normais (sem
ataque) e atacadas (com sinais de alimentação, oviposição, ambos ou falha de abertura)
e em relação ao número de adultos do bicudo-do-algodoeiro emergidos destas
estruturas. Os dados relativos ao número de estruturas reprodutivas atacadas e o número
de adultos de A. grandis grandis obtido foram submetidos a análise de variância
(ANOVA) seguida de teste Tukey a p£0,05 e à análise de regressão realizada entre estas
variáveis e as diferentes épocas de avaliação (DAP) a p£0,05. O espaçamento de 0,5 m
contribui com maior número de A. grandis grandis no início do ciclo de
desenvolvimento das plantas de algodoeiro e apresenta tendência de crescimento,
estabilização e queda com o desenvolvimento da cultura, compatível com o modelo
quadrático de regressão. O mesmo ocorreu com a porcentagem de estruturas
reprodutivas infestadas por A. grandis grandis com as plantas desenvolvendo-se sob o
espaçamento de 1,0 m entre linhas. A despeito da diferença entre o número de A grandis
grandis emergidos das estruturas reprodutivas nos diferentes espaçamentos, as
diferenças númericas encontradas, possuem desdobramentos sobre a dinâmica da praga
e, desta forma, o espaçamento de 0,5 m entre linhas é o que mais desfavorece as plantas
de algodão devendo, portanto, ser evitado em programas que priorizem otimizar o
manejo da praga. |