Fluorose dentária em adolescentes do Itapoã - Distrito Federal, DF

Abstract

Combinação de exposição a várias formas de flúor desde idade precoce, tais como consumo de água fluoretada, de alimentos preparados com água fluoretada e de uso de dentifrícios fluoretados têm sido associados à maior ocorrência de fluorose dentária em diferentes populações. O objetivo do presente estudo foi verificar a ocorrência e severidade de fluorose dentária em adolescentes do Itapoã-DF, área considerada de vulnerabilidade social. Essa região tem sido beneficiada por água de abastecimento fluoretada por aproximadamente 14 anos. A pesquisa faz parte do estudo Incidência e Progressão de cárie Oclusal em Adolescentes - Fatores de Risco, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da FS da UnB (registro: 1.096.882). Os responsáveis legais e estudantes assinaram respectivamente, Termos de Consentimento e Assentimento Livre e Esclarecido concordando com a participação na pesquisa. A amostra constou de 618 adolescentes de 10 a 15 anos de idade, que em sua quase totalidade foram beneficiados pelo flúor, pois nasceram em áreas cuja concentração variava de 0,6mg a 1mg/L (CAESB,2012). Previamente ao exame dentário os estudantes tiveram seus dentes limpos por meio de escovação profissional e na sequencia o diagnóstico de fluorose foi realizado por única examinadora, calibrada, empregando luz artificial e secagem das superfícies dentárias. Foi usado o índice TF (1978) para registrar presença e severidade da fluorose nas superfícies vestibulares dos dentes. Reprodutibilidade intra-examinador foi realizada comparando scores dos exames clínicos com os verificados por meio de avaliação de fotografias intra-bucais dos mesmos 50 adolescentes participantes (k=0,85, 95% IC 0.74-0.96, Kappa ponderado). A ocorrência de fluorose dentária foi de 48,5%, sendo que a maioria dos casos correspondia a graus que variavam de muito leves a leves: TF-1 (32,7%), TF-2 (13,6%). Graus moderados de fluorose dentária se restringiram a TF-3 (1,3%) e TF-4 e TF-5 (1%). Os esultados evidenciaram presença de fluorose de baixa severidade em quase metade dos adolescentes, o que não representa preocupação clínica.