Resumo: | O presente trabalho propõe o estudo comparativo das canções: Y sin embargo, do álbum “Yo, mi, me contigo”, de 1996 e Cotidiano, do álbum “Construção” de 1971; 19 días y 500 noches, de álbum homônimo, de 1990, e A Rita, contida em “Chico Buarque de Hollanda”, lançado em 1966, além de alguns dos aspectos criativos relativos às peças selecionadas dos compositores Chico Buarque (1944) e Joaquín Sabina (1949), observando a abordagem do tema amoroso em cada uma das letras de canções selecionadas, a fim de desenvolver uma análise comparada sobre as propriedades criativas e sentimentais nelas encontradas. A pesquisa busca destacar a percepção do amor romântico pela ótica de cada autor, considerando suas trajetórias artísticas, pessoais e políticas. Para tanto esta pesquisa envolve dados sociais e históricos da Espanha e do Brasil nos anos de 1960 a 1990, visando compreender como a temática amorosa era manifestada e interpretada nos períodos de Ditadura Civil-Militar brasileira (1964-1985) e logo após sua queda, bem como durante o período correspondente da Ditadura Franquista e da redemocratização espanhola.
A partir de um estudo social e histórico-cultural, intenciona-se perceber as qualidades poéticas dos dois artistas sob a ótica da teoria da intertextualidade de Gerard Genette (1989) e dos princípios da teoria da recepção de Hans Robert Jauss (1994).
A proposta de estudo aqui apresentada pretende caminhar pelo entendimento da visão e interpretação de cada autor sobre o tema amoroso, passando pelo modo de representação do papel feminino que apresentam, além da representação das relações afetivas homem/mulher e breve consideração sobre os estudos de gênero. Para tanto é necessário analisar a trajetória musical, artística e política de Chico Buarque e Joaquín Sabina, a fim de esclarecer as diferenças e semelhanças a serem apontadas. |