| Resumo: | INTRODUÇÃO: Lactentes pré-termo apresentam maior risco de atraso no
desenvolvimento neuropsicomotor. O comportamento motor, em geral, é o primeiro marcador
observável de alteração no desenvolvimento. Uma investigação da relação entre
prematuridade e fatores de risco ambiental se faz necessária visto que estudos vêm reforçando
a ideia de que as possibilidades de um desenvolvimento infantil adequado são reduzidas
quando o ambiente doméstico se apresenta pobre em estímulos. OBJETIVOS: Verificar a
influência do ambiente familiar no comportamento motor de lactentes pré-termo, com idade
corrigida de 0 a 18 meses, advindos de um hospital universitário. METODOLOGIA: Estudo
transversal e quantitativo realizado com 17 lactentes pré-termo. A coleta de dados foi feita no
domicílio da criança, utilizando a avaliação AIMS para mensurar o comportamento motor e o
HOME para avaliar os estímulos ambientais, além de um questionário estruturado para coleta
de dados demográficos. Para análise dos dados, o escore da AIMS foi classificado de acordo
com o percentil correspondente e o HOME foi classificado em baixo, médio e alto. Os dados
foram analisados através de estatística descritiva, por meio de frequência, porcentagem, media
e desvio-padrão. Para avaliação da normalidade dos dados foi utilizado o teste Shapiro-Wilk,
que indicou distribuição não-normal. Desta forma, procedeu-se a análise dos dados por meio
do teste não-paramétrico de correlação de Spearman. A comparação entre as variáveis
categóricas foi realizada por meio do teste de Qui-Quadrado, considerando-se o nível de
significância com p<0,05. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Foram avaliados 17 lactentes. De
acordo com o HOME, a presença de estímulos favoráveis ao desenvolvimento foi baixa. O
percentil da AIMS mais frequente foi o 25, considerado de risco para problemas no
desenvolvimento. Nas análises de correlação, os dados relativos ao estímulo ambiental não
mostraram associação significativa com o comportamento motor. Nenhuma variável
categórica representada pelos dados do lactente, perinatais, estímulos do ambiente e dados
sócio-demográficos, apresentou associação significativa com a variável dependente
(comportamento motor). Poucos trabalhos estudaram a relação entre prematuridade, fatores
ambientais e desenvolvimento motor, sendo este geralmente abordado sob a perspectiva do
risco biológico. CONCLUSÕES: Acredita-se que a influência do ambiente familiar no
desenvolvimento motor possa ser mais efetiva com crianças maiores. Novos estudos,
longitudinais e com uma amostra maior podem contribuir para a compreensão desta relação.
Os achados desse estudo podem subsidiar o desenvolvimento de programas, políticas e ações
voltados à população infantil que tenham por consequência a promoção da saúde e a
prevenção de doenças. |
