Resumo: | Considerando que pode-se classificar as fundações conforme sua distribuição de carga no solo que as circundam, uma solução relativamente eficaz em fundações profundas, caracterizadas por dividir o carregamento tanto por atrito com os solo em sua lateral quanto pela compressão em sua ponta, é a de estacas, que seguem diversos modelos já testados e e consagrados no mercado.
Dada a variedade de estacas, seja em número, inclinação, forma de execução ou materiais envolvidos, as estacas têm se mostrado eficientes para a transmissão de cargas da superestrutura para a infraestrutura em situações de variados tipos. A adaptabilidade a solos argilosos e arenosos torna a solução versátil para solos superficiais instáveis.
Normalmente, as estacas têm sido estudadas e utilizadas para carregamentos verticais de compressão, onde predominantemente os estudos de cargas axiais nos fornecem modelos analíticos e empíricos que resultam, com razoável precisão, a transmissão de tensões e deslocamentos ao longo da estaca.
Em casos menos estudados, o carregamento lateral das estacas gera efeitos inesperados no comportamento da estrutura e do solo na circunvizinhança, uma vez que menos estudos foram feitos a respeito desse tipo de carregamento e, portanto, poucos modelos foram capazes de modelar o comportamento preciso da interação solo-estaca. Com a adição da variável tempo aos carregamentos laterais em estacas, pode-se simular casos reais da utilização das mesmas em sismos, plataformas offshore, cargas dinâmicas de vento e outros casos, onde a quantidade de estudos realizada não é suficiente para oferecer soluções econômicas e definitivas a eventuais discrepâncias nos modelos adotados.
As cargas de vento em torres eólicas, por serem concomitantemente laterais e cíclicas, oferecem uma oportunidade interessante de estudo dos efeitos de carregamentos não-axiais e não-estáticos nesse tipo de fundação. |