Mulheres cuidadoras : percepção de mudanças pessoais relacionadas ao cuidar

Abstract

A história cultural dos cuidados envolve o ser humano em seus comportamentos, ideias, sentimentos, símbolos e significados através do tempo dentro de um contexto social, econômico, familiar. Cuidador é quem dispensa cuidados a uma pessoa ou mais diretamente de forma contínua e/ou regular.Atualmente, as mulheres têm múltiplas funções determinadas pela sociedade. Entre esses papeis está o de cuidar do outro em todas as fases da vida. Ele foi historicamente construído e permanece. Quando se fala em cuidar de familiares próximo como filho e/ou esposo é a mulher que assume esse papel naturalmente com a visão de que ela é a principal fonte de cuidado da família.Diante disso entende-se a necessidade de conhecer as alterações percebidas no cotidiano de mulheres cuidadoras domiciliares em virtude do processo de cuidar. Trata-se de um estudo transversal descritivo de natureza qualitativa. Foi realizado com 9 mulheres cuidadoras informais inseridas no Programa de Internação Domiciliar da Região Administrativa Ceilândia – DF, no período de dezembro de 2014 a março de 2015, por meio de questionário sociodemográfico e clínico dos cuidadores e entrevista com questão norteadora. O grau de parentesco das cuidadoras variou entre filhas, mães esposas e irmã. A maioria das cuidadoras relataram ter a qualidade do sono prejudicada; possuir alguma doença em tratamento contínuo e ter nível de dor entre moderado e intenso. Foram identificadas três categorias de percepção de mudança após se tornarem cuidadoras: produtividade; lazer e diminuição da liberdade. Essas categorias estão inseridas dentro de uma percepção maior de mudança em sua totalidade. As mudanças percebidas têm consequências em diversas esferas na vida das cuidadoras. O papel da mulher de cuidar é naturalmente esperado na nossa sociedade porém ele deve ser questionado quando o cuidar torna-se um fator negativo.