Resumo: | Nos últimos anos o país passou por um processo de transição alimentar e nutricional, onde houve
uma mudança no estado nutricional decorrente do consumo alimentar da população, essa mudança
vem decorrente da industrialização que fez com que as pessoas consumissem cada vez mais fora de
casa, consumindo alimentos prontos. Os alimentos ultraprocessados são aqueles cuja produção é
feita por indústrias de grande porte, possuem ingredientes de uso exclusivo industrial e em sua
maioria contém uma grande quantidade de gordura, açúcar e sódio. O consumo desses alimentos
está associado ao ganho de peso e aparecimento de doenças crônicas. A maioria dos estudantes
costuma passar um bom tempo na universidade fazendo o uso de suas lanchonetes, a partir disso é
importante avaliar o tipo de alimento ofertados nos pontos de venda da universidade de Brasília.
Diante disso, o objetivo geral desse estudo é analisar a oferta de alimentos ultraprocessados na
Universidade de Brasília. Trata-se de um estudo quantitativo, observacional, analítico, transversal
cujo objeto de estudo foram os pontos de vendas de alimentos do campus Darcy Ribeiro da
Universidade de Brasília excluindo-se os alimentos que ofertavam apenas almoço, totalizando 29
pontos entrevistados. Dos 29 estabelecimentos entrevistados, 10 (34,5%) oferecia almoço. O
publico que mais frequenta esses locais é composto por alunos na sua maioria (n=28). Os alimentos
encontrados em maior frequência foram as bebidas prontas (96,6%; n=28), seguido do refrigerante
(93,1%; n=27), e maionese e chocolate (89,7%; n=26), balas e chicletes (86,2%; n=25), além de
embutidos cárneos e ketchup (82,8%; n=24), no geral houve maior oferta de alimentos
ultraprocessados, principalmente em relação a alimentos naturais o que pode configurar um motivo
de preocupação quanto à saúde das pessoas que frequentam esses locais. Os 3 produtos mais
vendidos foram salgado (22,3%; n=18), pão de queijo (18,6%; n=15) e Hambúrguer, cachorro
quente e sanduiches (9,9%; n=8). Os 3 menos vendidos foram sucos, chás e água de coco prontos
(22,9%; n=11), balas e chicletes (14,6%; n=7) e biscoitos recheados (12,5%; n=6). Quanto aos
motivos para a venda dos alimentos a maioria (n=19) relatou serem alimentos Práticos de preparar e
vender, seguido de São muito pedidos (n=10), São baratos (n=4), São saborosos (n=3), Dão lucro
(n=2), e Possuem muita propaganda (n=2). A partir dos resultados encontrados pode-se entender
que o campus da universidade é um ambiente favorável ao consumo de alimentos não saudáveis.
Sugere-se, porém que seja realizada uma pesquisa com os indivíduos a fim de identificar o impacto
do ambiente no consumo alimentar, além de um projeto de educação nutricional com os
responsáveis pelos pontos de venda. |