Título: | Proposição de nova abordagem metodológica para o zoneamento agrícola de risco climático da cultura da soja no bioma cerrado |
Autor(es): | Melo, Ana Clara Alves de |
Orientador(es): | Nobre Júnior, Antônio de Almeida |
Coorientador(es): | Silva, Fernando Antônio Macena da |
Assunto: | Soja - cultivo Cerrado Mudanças climáticas |
Data de apresentação: | 10-Dez-2015 |
Data de publicação: | 22-Jul-2016 |
Referência: | MELO, Ana Clara Alves de. Proposição de nova abordagem metodológica para o zoneamento agrícola de risco climático da cultura da soja no bioma cerrado. 2015. 187 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Gestão Ambiental) — Universidade de Brasília, Planaltina-DF, 2015. |
Resumo: | O objetivo desse trabalho foi comparar duas abordagens metodológicas para o
zoneamento de risco climático visando orientar a semeadura da cultura da soja (Glycine Max
(L) Merrill), no Cerrado brasileiro. Para isso, utilizou-se um Índice de Satisfação da
Necessidade de Água (ISNA), definido como sendo a relação entre a evapotranspiração real
(ETr) e evapotranspiração máxima da cultura (ETm) para a frequência de ocorrência de 80%,
calculado, a partir do balanço hídrico da cultura, para as fases fenológicas consideradas mais
sensíveis ao déficit hídrico: desenvolvimento inicial e floração e enchimento de grãos. Foram
usadas as seguintes informações: precipitação pluviométrica; evapotranspiração potencial;
duração do ciclo; coeficientes culturais e reserva útil de água do solo. Considerou-se o
município, como de baixo risco climático para a semeadura, quando pelo menos 20% de sua
área apresentaram valores de ISNA’s superiores a 0,40 na fase de desenvolvimento inicial e
maior ou igual a 0,65 na fase de floração e enchimento de grãos. Fez-se o uso do modelo de
Sistema de Análises Regional do Risco Agroclimático, em seguida, os dados foram
georreferenciados e espacializados em um sistema de informações geográficas (SPRING)
onde foram confeccionados 72 mapas para cada abordagem. Para a confecção dos mapas
temáticos, utilizou-se o programa computacional ArcGis. É importante pontuar, que o
presente trabalho teve como base os dados simulados no Laboratório de Biofísica Ambiental,
no período de 2014 a 2015 e que não há relação com outros trabalhos de zoneamentos já
realizados em outras épocas ou com outros autores. A comparação se deu em três âmbitos: (i)
porcentagem de classe de área risco; (ii) quantidade de municípios recomendados para o
cultivo da soja e (iii) Época de semeadura da cultura da soja. Foram analisados esses três
fatores para a abordagem tradicional, que considera como fase crítica apenas a fase III, de
floração-enchimento de grãos. Em seguida, averiguou-se a nova abordagem, que estima a fase
I + III, ou seja, as fases de germinação-emergência (FI) e floração-enchimento (FIII), como
críticas ao desenvolvimento da planta. A comparação entre as duas abordagens levou em
conta a abordagem que possuiu maior (ou menor) percentual de área de baixo risco, qual
recomendou maior (ou menor) número de municípios, e qual ganhou (ou perdeu) épocas de
semeaduras. Assim, observou-se que a nova abordagem apresenta maior percentual de zonas
de alto risco em comparação com a abordagem tradicional; portanto, mais rigorosa e
restritiva. A diferença maior entre as zonas de alto risco de ambas as abordagens ocorre
principalmente no início do período chuvoso, mês de outubro. A nova abordagem apresenta
maior número de municípios não recomendados para a semeadura da soja e menor número de
datas de semeaduras favoráveis à cultura da soja. Em geral, solos com menor capacidade de
água disponível são mais restritivos à semeadura da soja. A nova abordagem apresenta seu
potencial ao oferece menor risco aos investimentos neste cenário atual de mudança climática,
através de recomendações que minimizam eventuais prejuízos por estresse hídrico recorrentes
em duas fases críticas da cultura da soja. Por fim, as informações geradas em estudo de
zoneamento de risco agroclimático orientam os órgãos planejadores, financiadores e
produtores na tomada de decisões e na formatação de políticas públicas que visam o aumento
da sustentabilidade da semeadura da soja no Cerrado. |
Abstract: | The objective of this study was to compare two methodological approaches to climate risk
zoning order to guide the soybean seeding (Glycine max (L) Merrill) in the Brazilian Cerrado.
For this, we used a Water Requirement Satisfaction Index (ISNA), defined as the ratio of the
actual evapotranspiration (ETr) and maximum crop evapotranspiration (ETm) to the
frequency of occurrence of 80%, calculated in from the water balance of the culture, to the
phenological stages considered most sensitive to water deficit: early development, flowering,
and grain filling. The following information was used: precipitation; potential
evapotranspiration; cycle time; cultural factors and useful reserves of soil water. Considered
the municipality as low climate risk for sowing, when at least 20% of its area gave values of
ISNA's higher than 0.40 in the early stage of development and greater than or equal to 0.65 at
flowering stage and grain filling. There was the use of Regional Analysis System model of
agro-climatic risk, then the data were georeferenced and spatially in a geographic information
system (SPRING) which were made 72 maps for each approach. For the preparation of
thematic maps, we used the computer program ArcGIS. It is important to point out that this
study was based on simulated data in the Environmental Biophysics Laboratory in the period
2014-2015 and that there is no relation with other zoning of work already done at other times
or with other authors. The comparison took place in three areas: (i) percentage of risk area
class; (ii) number of municipalities recommended for soybean cultivation and (iii) of soybean
sowing time. These three factors were analyzed to the traditional approach, which it considers
critical stage only phase III, grain-filling flowering. Then, it was examined whether the new
approach, which estimates the phase I + III, ie germination-emergence stage (IF), and
flowering filler (FIII) as critical to the development of the plant. The comparison between the
two approaches took into account the approach that possessed larger (or smaller) low-risk area
percentage, which recommended larger (or smaller) number of municipalities, and which won
(or lost) sowing seasons. It was found that the new approach presents a higher percentage of
high-risk areas compared to the traditional approach; therefore more rigorous and restrictive.
The biggest difference between zones of high risk of both approaches occur mainly at the
beginning of the rainy season, October. The new approach offers greater number of
municipalities not recommended for soybean seeding and fewer sowing dates favorable to
soybean. In general, soils with less available water capacity are more restrictive to soybean
sowing. The new approach has potential to offer lower risk investments in this current
scenario of climate change, through recommendations that minimize possible damage due to
recurring drought stress in two critical stages of soybean. Finally, the information generated in
agro-climatic risk zoning study guide planners agencies, financiers and producers in decisionmaking
and the shaping of public policies aimed at increasing the sustainability of soybean
sowing in the Cerrado. |
Informações adicionais: | Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) — Universidade de Brasília, Faculdade UnB Planaltina, 2015. |
Aparece na Coleção: | Gestão Ambiental
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