Resumo: | A seca dos ponteiros da goiabeira é um dos principais problemas sanitários da cultura
no DF. A doença é causada pela bactéria Erwinia psidii e as alternativas para o controle
efetivo dessa doença são limitadas. Pouco se conhece sobre a interação patógeno/hospedeiro,
especialmente nas questões relativas à movimentação da bactéria no interior da planta. Este
trabalho teve por objetivo estudar a colonização de mudas de goiabeira de duas variedades
pela bactéria por meio de inoculação e posterior detecção por BIO-PCR. Três isolados,
IBSBF 435, IBSBF 1579 e IBSBF 493, foram inoculados em mudas das variedades Pedro
Sato, Kumagai e Sassaoka. A severidade dos sintomas foi avaliada aos 23 e 27 dias após a
inoculação, por meio de escala de notas. O cálculo da área abaixo da curva de progresso da
doença, a análise de variância e o teste de médias foram usados para selecionar isolado e
variedades para o experimento de colonização posterior. Foram selecionadas as variedades
Pedro Sato e Kumagai e o isolado tipo IBSBF 435. A inoculação foi feita pela deposição de
suspensão bacteriana seguida de punção com agulha até a profundidade de 1/3 da haste na
axila do primeiro par de folhes completamente expandido. Foram coletadas amostras após
0,5, 1, 2, 4, 6, 8, 10 e 12 dias depois da inoculação. Avaliou-se a severidade da doença no
terço superior da planta e, em seguida, foram retirados fragmentos de 2 mm de comprimento
transversais à haste, a cada 1 cm, acima e baixo do ponto de inoculação. Estes fragmentos,
foram macerados em água esterilizada e o extrato semeado em meio de cultura 523 sólido.
Depois de 24 h, todo o crescimento microbiano foi suspendido em água destilada esterilizada
e congelado a -20 oC até a realização da análise. A presença do patógeno nos tecidos foi
determinada por PCR com o uso de oligonucleotídeos iniciadores específicos para E. psidii e
posterior eletroforese dos produtos da reação em gel de agarose. Verificou-se que o patógeno
movimentou-se acima e abaixo do ponto de inoculação na mesma magnitude. Da mesma
forma, a extensão da colonização pelo patógeno nas duas variedades não diferiu
significativamente. Os dados de extensão da colonização e de severidade da doença foram
submetidos a análise de correlação sendo esta positiva para a variedade Pedro Sato e não
havendo correlação entre movimento do patógeno e severidade na variedade Kumagai. A
diferença na severidade da doença observada entre as duas variedades, não pode ser
correlacionada com a distância percorrida pela bactéria na planta a partir do ponto de
inoculação. |