Resumo: | carne suína é a fonte de proteína animal mais consumida no mundo. A suinocultura
comercial brasileira, com o foco na obtenção de um produto de qualidade e
competitivo no mercado externo e interno do país, tem aumentado sua preocupação
com as questões de biosseguridade nas granjas. Considerando a relevância do Estado
do Rio Grande do Sul na suinocultura, com 30% das exportações de carne suína do
país em 2014, realizou-se uma análise descritiva da situação da biossegurança na
suinocultura industrial de regiões representativas da produção do Estado. A amostra
incluiu 47 Unidades Produtoras de Leitões (UPLs), 48 Creches, 54 Terminações,
escolhidas aleatoriamente, e as 39 maiores granjas de Ciclo Completo, as quais
realizam todas as fases de produção. A amostragem foi estratificada por região, sendo
as granjas distribuídas de forma proporcional à presença de cada tipologia nas
regionais de Estrela, Palmeira das Missões, Santa Rosa e Erechim, estabelecidas pela
Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Irrigação (SEAPA/RS). Estas regionais
representaram cerca de 60% do total da produção de suínos abatidos no Sistema de
Inspeção Federal do Estado em 2013. Os resultados demonstraram que as Creches
possuem melhores padrões de biossegurança que as demais tipologias, seguidas pelas
Terminações, principalmente com relação à infraestrutura das granjas. As UPLs
obtiveram condições semelhantes às terminações, porém apresentaram, em média,
uma maior quantidade de falhas graves, como a inexistência de isolamento físico
(cerca externa e tela antipássaros) em 64% delas. As granjas de Ciclo Completo
apresentaram condições mais precárias de biossegurança, mas este tipo de produção
representa apenas uma pequena proporção da produção total do Estado. Observou-se
também que todas as tipologias produtivas, principalmente as Terminações, têm que
aprimorar suas medidas de isolamento e higiene, como o uso de uniforme exclusivo
dentro da granja. Concluiu-se que as condições de biossegurança no Estado têm
evoluído na última década, mas que ainda há trabalho a ser feito para melhorar os
padrões gerais de biossegurança na suinocultura industrial. ____________________________________________________________________________ ABSTRACT Swine meat is the most consumed protein source in the world. The Brazilian swine
industry, aiming to deliver a quality and competitive product in domestic and foreign
markets, has raised its awareness about biosecurity in the farms. Considering the
major participation of the state of Rio Grande do Sul in the Brazilan swine
production, accounting for 30% of the country’s exports in 2014, we conducted a
random survey on biosecurity standards in swine farms in some of the most
representative regions of the state. The sample included 47 Piglet Production Units
(UPL), 48 Nurseries, 54 Fattening Units, chosen randomly, and the 39 largest farms
that cover all production phases (Full Cycle). The farms were distributed
proportionally to the presence of each type of production in the regions of Estrela,
Palmeira das Missões, Santa Rosa and Erechim, established by the State Department
of Agriculture, Livestock and Irrigation (SEAPA/RS), which accounted for 60% of
the State’s total production destined to the Federal Inspection System in 2013. The
results showed that the Nurseries have better biosecurity standards than the others,
followed by the Fattening Units, regarding especially the infrastructure of the farms.
The UPLs are similar to the fattening, but showed on average a higher number of
serious flaws, such as lack of physical isolation (external fence and covering net) in
64% of them. The Full Cycle farms have more precarious conditions of biosecurity,
but this type of production accounts for a small proportion of the state's production.
Also, all production types, mainly Fattening, have to improve the isolation and
hygienic measures, such as the use of exclusive clothes within the farm. In
conclusion, in the state of Rio Grande do Sul the biosecurity measurements evolved in
the past decade but there is work to be done to improve the general biosecurity
standards across the swine industry. |