Resumo: | O risco é um dos pontos chaves na avaliação de qualquer empresa. O modelo mais utilizado em finanças para o cálculo desse fator (risco), o CAPM (Capital Asset Pricing Model), no entanto, encontra barreiras na sua aplicação na medida em que a maioria das empresas brasileiras é de capital fechado. Justifica-se, portanto, a procura por meios alternativos de mensuração do risco (beta) das empresas. Um desses meios é o beta calculado por meio de variáveis contábeis e, nesse sentido, a adoção das normas internacionais, gradualmente a partir de 2008, representaria uma mudança importante, já que essa convergência resultaria no registro de uma maior essência das transações. Essa pesquisa tem o objetivo de verificar se a correlação entre o beta de mercado, calculado pelo modelo CAPM, e o beta contábil, calculado pela variável retorno sobre o capital investido (ROIC), aumentou após a adoção das IFRS (International Financial Reporting Standards). Para tanto, foram utilizados dados extraídos da base de dados da Economática, do período de 2002 a 2012, compondo duas amostras: (I) de todas as empresas selecionadas, e (II) das empresas selecionadas listadas na BOVESPA. Conclui-se que apenas para as empresas mais líquidas do mercado (listadas na BOVESPA) houve um impacto positivo da adoção das IFRS, resultando em um aumento das correlações entre os betas. No entanto, essa associação ainda é pequena, indicando que o beta contábil calculado por meio do ROIC ainda não é a melhor forma alternativa de cálculo do risco de uma empresa. Em adição, foi realizada uma análise da evolução das correlações dos betas anualmente por setor. Nela, indicam-se as características exclusivas de cada setor, como, por exemplo, do Setor de Energia Elétrica, em que com os efeitos da crise mundial de 2008 e a adoção das IFRS chegou a correlações de 69%. Outro destaque seria o Setor do Comércio, que apresentou uma aproximação clara do beta contábil em relação ao beta de mercado após a adoção das IFRS, mantendo as correlações em valores bem próximos de um, destacando que nesse setor o ROIC seria uma perfeita variável para o cálculo de risco da empresa |