Grau de otimismo e o processo de decisão do preparador contábil

Abstract

A convergência das normas de Contabilidade aplicadas no Brasil com as normas internacionais conferiu maior importância ao processo de decisão do preparador de informações contábeis, este acabou assumindo um papel mais significativo. Uma das mudanças relevantes, que alterou consideravelmente o que antes era praticado, foi a prática do Teste de Recuperabilidade. Mas isso conferiu mais subjetividade ao processo, resultando em maior julgamento na preparação das informações. Em paralelo, também ocorreram alterações nos estudos da psicologia aplicada à tomada de decisão dos agentes financeiros, admitindo atitudes menos racionais e que vieses cognitivos interfiram nas decisões, podendo resultar em escolhas irracionais. Um dos vieses que muito interfere nas decisões dos agentes é o otimismo. Diante disso, este trabalho buscou entender a influência que o viés do otimismo tem sobre as decisões dos preparadores das informações contábeis que utilizam o teste de impairment e, consequentemente, a subjetividade em suas avaliações. A pesquisa foi feita com base em um quase experimento utilizando um questionário. Os resultados mostraram que as pessoas tendem a ser mais otimistas do que pessimistas e que nem todos costumam tomar as mesmas decisões dentro de uma situação de avaliação de um ativo. Com o teste de média não foi possível concluir se o otimismo influencia diretamente as escolhas no teste de recuperabilidade. Outro resultado observado foi o de que a idade influenciou na escolha de se vender um ativo por um valor menor que o registrado, ou seja, as pessoas mais velhas tiveram mais resistência nessa situação.