Resumo: | Introdução: As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) representam um conjunto de doenças com causas multifatoriais. A transição nutricional, demográfica e epidemiológica favoreceu o aumento das DCNT, assim como dos seus fatores de risco. As DCNT representam um grave problema de saúde pública no mundo e no Brasil. Metodologia: Estudo epidemiológico transversal, observacional, descritivo, de base populacional, realizado a partir de inquérito domiciliar, com amostra probabilística representativa da população adulta, homens e mulheres, residentes no Distrito Federal, no ano de 2007. Foi conduzida entrevista com aplicação de questionário estruturado, análise bioquímica de glicemia e perfil lipídico, aferição da pressão arterial e medidas antropométricas. Para cálculo da prevalência dos fatores de risco assim como a distribuição das variáveis sociodemográficas foi considerada a natureza complexa da amostragem, utilizando-se o programa STATA versão 13 para as análises estatísticas. Resultados: Foram entrevistadas 2.726 pessoas, sendo 810 homens e 1916 mulheres. Os fatores de risco mais prevalentes foram o baixo consumo de frutas (60,5%) e excesso de peso (48,9%). O baixo consumo de frutas e hortaliças foi mais prevalente entre os homens (p<0,001). A circunferência abdominal apresentou-se com valores considerados de risco em parcela significativa da população estudada, principalmente no sexo feminino (39,97%; p<0,001). Em cerca de 25% da população foram encontrados valores não controlados de pressão arterial, principalmente no sexo masculino (30,45%; p<0,001). Os fatores de risco de maior prevalentes entre os homens foram o sedentarismo, baixo consumo de frutas, excesso de peso e baixo consumo de hortaliças. Entre as mulheres os mais prevalentes foram: sedentarismo, baixo consumo de frutas, excesso de peso e CC aumentada. Os fatores de risco bioquímicos de maior prevalência foram o HDL baixo e a hipertrigliceridemia, em ambos os sexos, sendo que as prevalências de inadequação foram maiores entre homens. Conclusão: Os fatores de risco com maior prevalência na população estudada foram o baixo consumo diário de frutas e hortaliças, o excesso de peso, a hipertrigliceridemia e a circunferência abdominal aumentada. As prevalências dos outros fatores de risco considerados são também elevadas e, analisadas em conjunto, são semelhantes ao que foi encontrado no estudo piloto e no país. Este resultado reforça a necessidade de adequação de políticas públicas nacionais e locais mais eficazes a fim de reduzir a ocorrência dos fatores de risco e da ocorrência das DCNT e seus agravos. |