Título: | Áreas protegidas transfronteiriças : instrumentos geradores de conflito e perda de soberania? |
Autor(es): | Hazin, Maria Carolina |
Orientador(es): | Inoue, Cristina Yumie Aoki |
Assunto: | Área de proteção ambiental Brasil - fronteiras Brasil - relações exteriores Cooperação internacional |
Data de apresentação: | 2010 |
Data de publicação: | 21-Jul-2010 |
Referência: | HAZIN, Maria Carolina. Áreas protegidas transfronteiriças: instrumentos geradores de conflito e perda de soberania?. 2010. 53 f. Monografia (Especialização em Relações Internacionais)-Universidade de Brasília, Brasília, 2010. |
Resumo: | O estabelecimento de áreas protegidas transfronteiriças - TBPAs, seja como um instrumento de gestão ambiental, seja como um veículo promotor de paz e alianças entre países vizinhos, é amplamente aceito por vários governos do mundo, porém rejeitado pelo Brasil, que é contrário ao compartilhamento da gestão do território nacional com outros Estados. Apesar das inúmeras vantagens técnicas que decorrem do manejo conjunto de ecossistemas que atravessam as fronteiras “artificiais” delimitadas pelos países, os benefícios que sucedem o estabelecimento dessas áreas extrapolam as questões meramente ambientais, ganhando um viés político. As questões relativas às áreas protegidas transfronteiriças são tipicamente aquelas que demandariam as relações cooperativas entre países vizinhos. Entretanto, um conjunto de dificuldades experimentadas na gestão das mesmas pode ser entendido como obstáculo para o desenvolvimento da cooperação, gerando, do contrário, conflitos entre as partes envolvidas. O não cumprimento de elementos de acordo de cooperação, por exemplo, põe em risco o poder e a credibilidade do Estado, além de submetê-lo a críticas externas. A partir de relatórios de reuniões das Convenções de Ramsar, da Diversidade Biológica e do Patrimônio Mundial/UNESCO, além de entrevistas com diplomatas, foram coletas as declarações do Governo Brasileiro sobre o tema e as interpretações atribuídas as mesmas, respectivamente. A interpretação apresentada neste trabalho é que, para o Governo Brasileiro, os custos associados ao estabelecimento de TBPAs estão relacionados ao comprometimento de sua soberania, pois a gestão compartilhada de áreas implicaria em interferência de atores externos na política doméstica do país. |
Abstract: | The establishment of transboundary protected areas – TBPAs as an environmental management tool or as a peace building vehicle is widely accepted by various governments, although rejected by the Government of Brazil. The country is against sharing the management of national territories with neighboring countries. Despite de innumerous technical advantages resulting from the shared management of those ecosystems that go beyond national limits, the benefits generated by the creation of such areas are not restricted to environmental matters, prevailing its political significance. The underlying issues related to TBPAs are those that typically require cooperation among neighboring countries. The various difficulties faced by countries on the shared management of such areas, though, can be understood as obstacles to the development of cooperation. On the contrary to what is generally defended, TBPAs may even result in conflicts among involved parties. By not accomplishing the elements of a certain cooperation agreement, for instance, an State may risk its power and credibility and be subject of external critics. The information used in this study were collected from the meeting reports of the Ramsar, Biological Diverstiy and World Heritage/UNESCO Conventions and from interviews made with diplomats. Declarations from the Brazilian Government and interpretation of those declared positions were respectively taken from the above sources. The interpretation given in this paper is that for the Brazilian Government, costs associated with the establishment of TBPAs are related to the loss of sovereignty, once shared management of protected areas could result in the interference of external stakeholders on national domestic policy. |
Informações adicionais: | Monografia (especialização)—Universidade de Brasília, Instituto de Relações Internacionais, 2010. |
DOI: | http://dx.doi.org/10.26512/2010.TCC.1060 |
Aparece na Coleção: | Relações Internacionais - Especialização
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