Resumo: | O presente trabalho tem como tema a experiência de mulheres em uma oficina ocorrida na cidade de Taguatinga – Distrito Federal. Para recuperação da saúde e pelo restabelecimento do equilíbrio biopsíquico o sujeito e a coletividade lançam mão de recursos naturais e de práticas existentes em seu meio social para o alívio e cura de seus males. Nesse cenário aparece o Espaço Cultural Mercado Sul em Taguatinga no Distrito Federal com seus sistemas de cuidado representados também pelo grupo denominado “Coletivo Eu Livre”. Este trabalho, portanto, busca compartilhar e descrever as concepções de feminino que se criam, se reproduzem e se manifestam na vivência de ginecologia autônoma proposta pelo Coletivo. Essa pesquisa se configura como um relato de experiências, sendo, portanto, uma pesquisa qualitativa de cunho etnográfico, pois buscou-se uma interpretação da realidade vivida. A análise de dados foi dividida em três momentos: um primeiro, que diz respeito à descrição reflexiva de fatos concretos e fenômenos sociais. Um segundo, com as interpretações e fundamentações teóricas. E, um terceiro momento com as considerações finais. Os assuntos mais abordados pela vivência foram: autocuidado, menstruação, “TPM”, masturbação, “alta magia”, orgasmo e alimentação. A existência de grupos como o estudado refletem a tendência de algumas pessoas buscarem uma reconexão com a natureza, com a vida em comunidade e com a ancestralidade. Embora haja uma Política que reconhece outras práticas de cuidado, ainda se vê um recorte de classe em relação à quem acessa as práticas integrativas, os saberes populares, por exemplo, não são reconhecidos e incorporados na Política. As provocações geradas pela vivência foram mais no sentido de conhecer novos estilos de vida e refletir as possibilidades de atuação em Terapia Ocupacional. |