Resumo: | Esta pesquisa teve por objetivo analisar em que medida a política de educação insere as questões de gênero nos contextos da educação básica, séries iniciais (1º ao 5º ano do ensino fundamental) mediante o exame dos Projetos Político-Pedagógicos da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF) e das Escolas Classe e Centro de Atenção Integrado à Criança e ao Adolescente (CAIC) de quatro Coordenações Regionais de Ensino do Distrito Federal, totalizando 42 Instituições de Ensino (IE), analisando as tendências expressas sobre o recorte de gênero nos Projetos Político-Pedagógicos a partir da análise das tendências expressas em documentos balizadores dos direitos das mulheres, em especial a Plataforma de Ação Beijing e os Planos Nacionais de Políticas para Mulheres, que apontam diretrizes para a inserção da questão de gênero na educação. Buscou-se identificar então se e de que modo as escolas de educação básica, séries iniciais no Distrito Federal incorporam a transversalidade de gênero. A medida em que não se discute dentro do ambiente escolar: sexualidade, relações de gênero e de poder, diversidades, direitos humanos, as/os sujeitas/os ali inseridos participam de um ambiente reiterador da matriz machista e heteronormativa, que coloca qualquer pessoa que transgrida a esse padrão sujeita/o à “pedagogia do insulto”, como piadas, expressões desqualificantes, além de outros tipos de agressões verbais ou mesmo físicas. As questões de gênero, de acordo com a pesquisa, estão colocadas em um campo de contradição, pois ao mesmo tempo em que se pauta pela igualdade entre mulheres e homens, ou não se discute gênero, ou se discute colocando a reprodução de papéis de mulheres e de homens como um movimento de reforço dos papéis naturalizantes, permanecendo na inércia das desigualdades com base nas diferenças entre os sexos. Discutir questões de gênero na educação demonstra ser um assunto quase que inesgotável e sem dúvida necessário. |