Resumo: | Este trabalho de conclusão de curso em Saúde Coletiva é fruto de uma pesquisa de campo realizada no estado do Piauí, no município de Redenção do Gurguéia, junto da Comunidade Remanescente de Quilombo de Brejão dos Aipins, tendo por principal foco o debate sobre as condições e práticas de saúde das mulheres quilombolas que nesse local residem. Brejão dos Aipins possui 510 habitantes distribuídos em 98 famílias, sendo 258 homens e 252 mulheres. O propósito foi analisar as condições de saúde de mulher quilombola, que é uma mulher negra e campesina e, assim, refletir sobre a importância da interface entre raça, gênero, saúde e cultura. Utilizamo-nos do método etnográfico para observação e compreensão desse universo, para além de entrevistas realizadas com as mulheres e os profissionais de saúde da região. Entre os principais resultados, percebe-se que as mulheres quilombolas brejenses são mulheres de hábitos simples, que dedicam a maior parte do tempo às tarefas domésticas e do cultivo da terra, e que sentem-se orgulhosas por serem quilombolas e negras, ainda que não saibam precisamente o significado de raça. No que diz respeito à assistência à saúde, vimos que a assistência oficial se resume a visitas domiciliares realizadas por um agente comunitário de saúde e a 1 (um) atendimento mensal da equipe oficial de saúde, formada por um médico, um enfermeiro e dois técnicos de enfermagem. Em outro sentido, entretanto, percebemos a persistência e manutenção de estratégias populares de cuidado. Dessa maneira, percebemos que, no que tange à cultura local, mesmo com o passar dos tempos, as mulheres ainda mantém vivas suas tradições e que essas também se relaciona com as práticas de autocuidado e cuidado do outro. __________________________________________________________________________ ABSTRACT This courseconclusion workin Public Healthis the result offield research conductedin the state ofPiauíin the town ofRedemptionGurguéiaalongthe OutstandingCommunityQuilomboBrejãoofAipins, with the main focusthe debate onthe conditions andhealth practicesof maroonwomen whoresidein this location. BrejãoofAipinshas510inhabitantsdistributed in98families, with 258men and252 women. The purposewas to analyze thehealth status ofmaroonwoman, whois a blackandpeasantwomanand thusreflect on the importanceof the interface betweenrace, gender, health and culture. We make useof the ethnographicmethod ofobservation andunderstanding of thisuniverse, as well as interviews withwomen andhealthprofessionals in the region. Among the main results, it is noticed thatthebrejensesmaroonwomenare womenofsimplehabits thatdevote mostof their time tohouseworkandfarming land, and thatthey feelproud tobemaroonand black, although not knowpreciselythe meaning ofrace.With regardto health care, we saw that the officialassistancecomes down tohome visitsby acommunity health workerandone (1) Monthly serviceof the officialhealth team,consisting of a doctor, a nurseand two techniciansnursing. In another sense,however, we noticedthe persistenceand maintenancecarecommunity strategies. Thus, we find that, with respect to the local culture, even with the passage of time, women still keeps alivetheir traditionsand that thesealso relates tothepracticeofself-care andcaring for others. |