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Título: Centro de reabilitação equo-integrado
Autor(es): Santos, Eduarda Fernandes Lott
Orientador(es): Furtado, Aleixo Anderson Souza
Assunto: Projeto arquitetônico
Centros de reabilitação
Equoterapia
Data de apresentação: 7-Jul-2014
Data de publicação: 8-Out-2014
Referência: SANTOS, Eduarda Fernandes Lott. Centro de reabilitação equo-integrado. 2014. 3 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
Resumo: O Centro de Reabilitação Equo-Integrado reune em um único local a Equoterapia (terapia com o auxílio de cavalos) e outras especialidades como Psicologia, Fonoaudiologia, Fisioterapia e Hidroterapia. Foi pensado com o intuito de facilitar o tratamento de pessoas com diversas deficiências, de modo que passa a ser atendido por médicos de um mesmo local, facilitando o acompanhamento conjunto de cada caso. Além disso, passa a ser desnecessário o deslocamento de um centro médico para outro, o que ajuda muito tanto o paciente quanto os familiares que, na grande maioria das vezes, são acompanhantes de todas as sessões. O terreno escolhido localiza-se no Setor Hípico em Brasília, no lado oposto da rua que dá acesso à Sociedade Hípica de Brasília (SHBr). O programa proposto não possui nenhuma conexão física com a Hípica, entretanto mantém uma relação de dependência e continuidade com ela. Dependência por não ser o centro integrado grande o suficiente para receber uma clínica veterinária ficando, então, com o apoio das três clínicas existentes na SHBr. Continuidade por receber os pacientes do centro de reabilitação caso atinjam um nível esportivo com o cavalo, o Adestramento Paraequestre. Sob uma área total de 118.173,08 m², foi utilizado apenas 33.551,92 m² do terreno. O paciente de um centro de reabilitação é aquele que se trata em busca de independência. E qual a independência maior que aquela gerada no momento da Criação? É aquela ligada ao habitat natural, que traz o homem de volta à conexão consigo mesmo, que o coloca em liberdade à medida que o distancia de questões mundanas. Com base nessa necessidade essencial que permeia o projeto, parte-se para a criação de um ambiente natural e aconchegante para convívio entre os pacientes, entre pacientes e profissionais e entre todos estes e a natureza. Diante disso, surge a busca por um ambiente que reflita estes valores. Dentro deste universo, de criação de um ambiente propício para convívio entre animais e pessoas, foram tomadas diretrizes projetuais. O espaço circular foi adotado como tradução de um ciclo natural, seja no caso de uma vivência cotidiana, cíclica, de um tratamento contínuo, seja em níveis mais profundos de tratamento, melhora e recuperação. Os materiais adotados foram a madeira na estrutura e tijolo de solo-cimento aparente no fechamento. Sob o ponto de vista dos cavalos, foram escolhidos pela conexão com o habitat natural, trazendo calma aos animais, mais do que quaisquer outros materiais poderiam proporcionar. Na perspectiva dos pacientes, o material traz aconchego e se afasta do caráter tipicamente hospitalar deste tipo de programa. Como o projeto tem foco no tratamento de pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida, todo o conjunto se desenvolve no nível térreo. Os desníveis do terreno foram tratados de forma a não ultrapassar a inclinação limite das calçadas (5%) nos eixos de deslocamento do paciente desmontado (com exceção das rampas das arquibancadas, que estão dentro do limite de 6,25%). Já o paciente montado pode vencer desníveis um pouco maiores, uma vez que isso não se apresenta como dificuldade ao cavalo. O conjunto arquitetônico se divide em diversos ítens: o edifício sede, o espaço multiuso, o complexo das baias, o picadeiro coberto, a pista descoberta, a pista longitudinal, o redondel e os piquetes. A guarita e pórtico de entrada principal são destinados a pacientes, profissionais e funcionários, enquanto o portão de serviço serve para acesso de caminhões de ração, feno, entre outros. A entrada principal foi pensada como um cartão de visita e ponto atrativo do local. O pórtico com estrutura de madeira ramificada em seu topo, sustentando uma laje de concreto, remete à conexão cidade x natureza desejada. Um boulevard guia o visitante ao interior, que se depara ao fundo com as ondas da cobertura do picadeiro e ao lado com o movimento circular do edifício sede. O estacionamento fica depois das árvores, no lado oposto à sede, como algo secundário. O edifício sede abriga as funções de relação direta com o paciente. São elas: recepção, consultórios, lanchonete e vestiários. É aqui o primeiro ponto de contato entre os pacientes e o centro, daí a importância de exprimir fortemente o caráter e os conceitos contidos em todo o projeto. O espaço multiuso em anexo pode ser utilizado para palestras, aulas e outras funções. Grandes janelas laterais confirmam o aspecto informal do espaço e trazem aconchego por conta da vista externa permitida a quem está do lado de dentro. O complexo das baias oferece aos cavalos espaços de descanso, alimentação, higiene e preparo para as sessões de tratamento. Foi projetada de forma a conferir conforto e segurança tanto para os tratadores quanto para os animais. A vista do exterior, do horizonte, foi garantida aos animais através de portas e paredes baixas, sendo aumentadas ou acrescidas de barras apenas para evitar briga entre os cavalos de um baia para outra. Esse visual desimpedido é essencial para preservar a calma e o sentido de liberdade intrínseco ao animal. As sessões de equoterapia acontecem nas pistas coberta, descoberta e longitudinal, tendo esta última um caráter mais rústico por ser sob as árvores. O picadeiro coberto se faz essencial ao passo que o tratamento não pode ser interrompido nos dias de chuva ou insolação intensa. O redondel é o espaço de treino do cavalo, onde ele gasta energia e é treinado para que se torne apto a ser utilizado como ferramenta de tratamento. O piquete é a área onde os cavalos ficam soltos, mantendo seu espírito natural de liberdade. Um eixo coberto conecta os principais edifícios a serem utilizados em dias chuvosos ou de sol intenso: o edifício sede, o espaço multiuso, o picadeiro coberto e também o complexo das baias, pois muitas vezes o contato com o animal durante o banho, escovação e/ou descanso se faz essencial em vários tratamentos. Os materiais utilizados nas coberturas foram a telha metálica termoacústica (preenchimento em EPS) para o edifício sede, picadeiro coberto e complexo das baias por conta da versatilidade de aplicação, enquanto para guarita, espaço multiuso e calçadas cobertas foi utilizada a laje impermeabilizada. Com o intuito de promover segurança aos usuários do centro, uma vez que muitos deles possuem mobilidade e reflexos reduzidos, os fluxos foram pensados de forma a evitar o cruzamento de cavalos e pessoas, permitindo esse contato apenas na área de montaria, localizada ao lado do picadeiro coberto. Para montar no animal, além de a maioria dos pacientes necessitar de ajuda dos profissionais, todos eles precisam de uma plataforma elevada, que pode ser acessada tanto por rampa quanto por degraus, dependendo da necessidade e facilidade de quem vai montar. Sendo assim, esta deve ser uma área pavimentada - para permitir o deslocamento das pessoas - e emborrachada - para não machucar as patas e cascos dos cavalos. Depois de montados, devem ser acompanhados pelos profissionais que vão trabalhar a postura e o lado psico-motor de cada paciente. Se faz indispensável o acompanhamento por uma pessoa que puxa o cavalo. Da mesma forma que na área de montaria, o complexo das baias deve se preocupar com o bem-estar dos animais. A área do banho (ducha) e de secagem dos animais (amarradores em meialua) também devem ser de piso emborrachado. Já nas baias, o piso deve ser coberto por serragem de madeira pinus, pois os animais não podem se machucar ao deitar e levantar, além de manter a temperatura em noites frias. Os amarradores são compostos, além do piso emborrachado, pelo mourão com argola (para amarração do animal) e um anteparo de madeira para que não consiga girar o corpo para cima do canteiro e brigar com o animal do outro lado. Em cima deste anteparo deve ser afixada uma barra metálica para evitar que o cavalo fique mastigando a madeira. As arquibancadas permitem o seu uso voltado para as três pistas que a cercam. Vários lugares sem banco foram previstos para os usuários em cadeira de rodas, já que este é um público alvo não só de pacientes, mas também de espectadores com deficiência. As vigas do picadeiro são capazes de vencer o grande vão do projeto por serem compostas de peças laminadas de eucalipto unidas com cola à base de poliuretano. Todas as pistas devem ter piso de areia (para não lesionar as patas dos animais) de forma que a cerca fique em torno de 60cm recuada com relação à mureta de concreto que faz limite da areia com o calçamento externo; isso para evitar que o cavalo pise na mureta e se machuque. Por fim, conclui-se que o centro integrado deve prezar por conforto, segurança e acolhimento de todos os usuários, entre eles pacientes, profissionais, funcionários e animais.
Informações adicionais: Trabalho de Conclusão de Curso (graduação)—Universidade de Brasília, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Projeto de Diplomação 2, 2014.
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