Resumo: | Bemisia tabaci (ordem Hemiptera, família Aleyrodidae), popularmente conhecida como mosca-branca, é uma praga de importância econômica em diversos países, devido a sua alimentação direta e por atuar como vetor de diferentes gêneros virais, dentre eles, Begomovirus. No Brasil vários trabalhos apontam a predominância do biótipo B do inseto. Mosca-branca abriga em seu organismo diversos endossimbiontes bacterianos, tanto primários, quanto secundários, que podem interagir com suas hospedeiras em diferentes níveis de parasitismo a mutualismo, e estarem ligados à dieta dos insetos hospedeiros, associando-se ao fornecimento de aminoácidos essenciais que encontram-se em baixos níveis no floema. Endossimbiontes podem também estar relacionados à reprodução de suas hospedeiras; conferindo resistência a parasitoides e a estresse de temperatura; permitindo melhor adaptabilidade ao inseto e aumentando a eficiência de Bemisia tabaci como vetor de vírus. Vários endossimbiontes são relatados em populações de Bemisia tabaci ao redor do mundo incluindo “Candidatus Portiera aleyrodidarum” (Halomonadaceae), “Candidatus Hamiltonella defensa” (Enterobacteriaceae), Wolbachia (Rickettsiales - Anaplasmataceae), Arsenophonus (Enterobacteriaceae), Cardinium (Bacteriodetes), Fritschea bemisiae (Simkaniaceae) e Rickettsia (Rickettsiales – Rickettsiaceae) sendo conhecido que existem diferenças dependendo do tipo de biótipo em questão. No Brasil, até o presente momento, praticamente não existem estudos sobre Bemisia tabaci e seus endossimbiontes. A identificação inicial dos endossimbiontes em populações de Bemisia tabaci biótipo B é essencial para o conhecimento destes organismos. Estudos de localização destes endossimbiontes no corpo do vetor, bem como co-localização com Begomovirus e estudos de transmissão viral são importantes para elucidar o provável papel destes endossimbiontes na transmissão de Begomovirus. Assim, este trabalho é importante para fornecer subsídio a estudos futuros que abordem vários aspectos da interação vírus-vetor, dentre eles a eficiência de transmissão de Begomovirus spp pelo vetor Bemisia tabaci. Nesse contexto, o presente trabalho possui dois objetivos básicos: (1) Fazer um levantamento inicial e identificar endossimbiontes presentes em populações de Bemisia tabaci no DF e região do Entorno e (2) Estudar a localização de alguns endossimbiontes de Bemisia tabaci biótipo B. Assim, foram analisadas 31 amostras de plantas, provenientes do DF e Entorno, onde 91 extrações foram realizadas e o DNA total foi extraído de amostras contendo 1, 2, 3, 4 ou 5 moscas. Primers foram utilizados em reações de PCR para identificar o biótipo do inseto, os endossimbiontes “Candidatus Portiera aleyrodidarum”, Hamiltonella, Wolbachia e também para identificação de Begomovirus spp. Os amplicóns gerados serão sequenciados. Das 31 amostras analisadas 30 e 27 apresentaram Hamiltonella e Portiera respectivamente. Os primers indicados na literatura para Wolbachia serão testados novamente tendo em vista a não amplificação por 3 vezes consecutivas. Além disto, algumas bactérias endossimbiontes de Bemisia tabaci e associadas ao biótipo B foram localizadas utilizando-se a microscopia de confocal. Indivíduos adultos, ovos e ninfas foram utilizados nos estudos de hibridização contendo sondas marcadas com Cy-3 e Cy-5. Esta foi a primeira vez no Brasil (e também América do Sul) que realizou-se estudos de localização de endossimbiontes em Bemisia tabaci. |