Resumo: | O consumo de drogas tem aumentado em nossa sociedade, principalmente o uso de “crack”, que é uma droga derivada da cocaína, porém, com sintomas mais agravantes. Devido ao alto consumo da droga, lugares como a “cracolândia” passaram a existir. Nesses ambientes convivem usuários da droga e traficantes em meio à movimentação cotidiana das cidades. Drogas como o “crack”, têm trazido inúmeros debates entre vários grupos de nossa sociedade e projetos de lei foram recentemente criados, entre eles, o da internação compulsória. Sabe-se que, nesse conjunto de propostas, algumas instituições religiosas têm trabalhado com o tema “drogadição”, como uma proposta terapêutica. A religião pode ter um poder muito influenciador na vida do ser humano e vir a mudar certos hábitos de vida. De acordo com Rabelo (2010, p.3) o “tratamento” religioso traz algumas vantagens em relação ao “tratamento” biomédico, pois o “tratamento” religioso pode gerar maior comunicação e, com isso, uma maior identificação por parte do grupo. A cura e a doença são vistas de modos distintos em cada grupo religioso. Para a Igreja Batista, a cura é algo divino e, por isso, o projeto não trabalha com uso de medicamentos, mas somente com a oração e o trabalho comunitário. Por ser algo que está no dia-a-dia do homem, a religião pode vir a mudar hábitos diários ou até mesmo estilos de vida. Partindo dessas premissas, esse trabalho tem como objetivo principal investigar como a religião pode influenciar no “tratamento” de ex-usuários de “crack”, a partir da reflexão sobre a experiência do Projeto “Cristolândia”, da Igreja Batista no Distrito Federal. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com entrevistas semiestruturadas com “alunos” e coordenadores do projeto em questão, cujos resultados apontam para a religião como um sistema de organização de mundo e de interpretação, bem como para a dimensão da autoajuda e do reconhecimento como componentes importantes para o “tratamento” de dependentes de drogas. |