Resumo: | Neste trabalho, descrevemos as fases de um procedimento de intervenção psicopedagógica realizado com uma criança de cinco anos e oito meses de idade portadora da Síndrome de Sturge-Weber (SSW). A SSW é uma rara condição congênita do desenvolvimento, de patogênese desconhecida, caracterizada pela tríade de malformação capilar dérmica, ipsilateral do sistema nervoso central e vascular da coroide ocular. Dentre as principais características da SSW estão: epilepsia, retardo mental, calcificação cerebral, distúrbios de sensibilidade e reflexos, deficit neurológicos, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, distúrbios visuais, alterações ortodônticas e distúrbios da fala, linguagem e deglutição. Nosso procedimento psicopedagógico realizou-se por meio de atividades mediadas que visavam possibilitar à criança a maximização de suas capacidades e a superação gradativa de suas dificuldades, através de quatro fases: 1/ avaliação psicopedagógica, incluindo entrevistas com os profissionais, com familiares e observações da criança no ambiente escolar; 2/ revisão bibliográfica sobre a Síndrome de Sturge-Weber; 3/ intervenção com os profissionais e a família; e 4/ intervenção com a criança. Durante as sessões de avaliação e de intervenção, focamos na articulação entre as competências e as dificuldades do sujeito, conforme a proposta de Fávero (2005), fundamentando uma prática de intervenção em todas as sessões de modo que a avaliação de uma sessão fundamentava o planejamento da sessão seguinte. Com esse foco e considerando as características da SSW, nossa intervenção psicopedagógica abrangeu prioritariamente as seguintes áreas do desenvolvimento: desenvolvimento psicomotor, raciocínio lógico, linguagem oral, memória e atenção. Durante a realização do trabalho, ficou evidenciado que a intervenção psicopedagógica possibilitou a identificação e o desenvolvimento das competências do sujeito, além da superação gradativa das suas dificuldades. Também observamos, como resultado, a tomada de consciência dos adultos que lidavam com a criança no que diz respeito às suas atitudes perante o seu processo de desenvolvimento, havendo uma reformulação teórico-conceitual que fundamentou uma mudança na elaboração de sua prática de ensino. |