Resumo: | Este trabalho tem como objetivo geral investigar as perspectivas dos profissionais da educação e das famílias sobre o processo de inclusão de crianças com deficiência nos primeiros anos de escolarização. No Brasil há uma defesa legal pela inclusão desde a Constituição de 1988, mas até hoje nosso país é cobrado pela implementação da inclusão escolar pelos organismos internacionais como UNESCO e ONU. A aspiração é a existência de um sistema de ensino que receba, respeite e ensine todas as crianças, independente de suas especificidades. Entretanto, a nova conjuntura causa estranhamento para os que trabalham diretamente com as crianças incluídas. A partir desse contexto a pesquisa foi realizada em uma escola pública de anos iniciais do Distrito Federal e o procedimento empírico contou com observação participante no contexto de pesquisa e aplicação de questionários semiestruturados a quatro professoras de primeiro ano, especialista de sala de recursos, pedagoga da equipe de apoio, orientadora educacional, coordenadora pedagógica, vice-diretora e três famílias de crianças com deficiência do primeiro ano da escola. Em atendimento aos objetivos específicos, foi possível analisar e comparar as perspectivas dos segmentos acerca: (a) da proposta de inclusão da instituição; (b) das concepções e práticas dos segmentos sobre o processo de inclusão no 1º ano; (c) da relação entre práticas, concepções, formação docente no trabalho com a diversidade. Os resultados e a análise contaram com a construção de categorias que emergiram do discurso dos sujeitos que, em diálogo com a teoria, possibilitaram uma discussão sobre cada objetivo especifico. O estudo identificou que existem apoios para o atendimento das crianças com deficiência, mas que ainda há dificuldade em adequar as práticas e o currículo para os estudantes. Acerca das concepções e práticas sobre inclusão foi possível perceber um discurso defensor do ideal inclusivo com benefícios à criança incluída e também para a sociedade. Porém, há uma dissincronia quanto ao reconhecimento da possibilidade de inclusão de todas as crianças no ensino regular. A formação de professores é considerada o maior entrave para a inclusão, uma vez que há necessidade de e gestão pautada em novas práticas, em detrimento de práticas exclusivas que desrespeitam os ritmos e jeitos de aprender. Quanto à perspectiva dos pais sobre a inclusão, tudo parece perfeito. Sinaliza a falta de uma educação para as famílias, onde a potencialidade e a expectativa sobre as possibilidades de desenvolvimento da criança com deficiência comece em casa. _____________________________________________________________________________ ABSTRACT The paper aims at investigating perspectives among school professionals and families about the inclusion process in school of disabled children within low elementary grades. It addresses the problem of inclusive schools that have been installed after the Brazilian Constitution in 1988. Although National policies have evolved greatly since then, schooling practices and conditions to educate disabled children have not. Empirical study design comprises a long term immersion and participant observation in an elementary public school in the Federal District. Questionnaires were answered by four first grade teachers, a resource room instructor specialist, a support team pedagogue, a school counselor, a pedagogic coordinator, a vice-principal and three first grade disabled children parents. Results were organized according to specific objectives in order to analyze and compare the perspectives of all participants about: (a) the institutional position about inclusion in school; (b) different branch conceptions and practices within first grade; (c) the relationship of practices, conceptions, and teacher education concerning diversity. Empirical data allowed the construction of categories relevant to both, practices of participants, and theory understanding. The study identified that, although there are several follow up practices with disabled children, curriculum and teaching practices reformulation is still difficult. Participants acknowledge an inclusive school ideal and its role on especial children development, however, they are not sure about the power of inclusion of all children. However, there is a gap between this discursive ideal and teaching practices, mainly because of the lack of innovation and new practices within public system. On the other hand, families do not seem to understand all the mechanisms and processes of inclusion in school. In a broad sense, data indicates that there is a need to involve all participants in a productive way in order to tackle family expectation on their child learning possibilities and about the role of the family in this process. |