Resumo: | O Distrito Federal pode ser encarado como uma síntese cultural do Brasil inteiro. Dentre as mais variadas culturas instaladas na cidade, pode-se destacar as culturas populares, como o bumba-meu-boi, maracatu, coco e diversas outras, que formam um mosaico de cultura popular na capital.
Neste trabalho, apresento um dos contextos em que essas culturas se inseriram no DF, que começa com a segregação planejada que compõe a história do Distrito Federal e suas regiões administrativas, e também com a necessidade de identificação social e cultural que o novo território da jovem capital demandava de seus habitantes. Nesse contexto, apresento a cultura popular como expressão de resistência ao discurso hegemônico, que, muitas vezes, é excludente e superestima determinados valores em detrimento de outros, o que é evidenciado no contexto do DF.
A temática do discurso da mídia é abordada a partir de conceitos de indústria cultural e espetacularização, que, não raro, descontextualizam a cultura popular, transformando-a em produtos culturais, sem evidenciar seus valores culturais, históricos e sociais. Mas, ao mesmo tempo, possibilidades da fusão da indústria cultural com as culturas populares são apresentadas neste trabalho, tomando com exemplo o movimento do Manguebeat, em Recife. Além de demonstrar que a própria cultura popular pode se apropriar das ferramentas da indústria cultural para resistência.
Por fim, estudo um recorte da mídia de dois meses e meio, analisando o discurso e o silêncio midiático a respeito da cultura popular do Distrito Federal, mostrando os problemas, mas também o lado positivo e as possibilidades de construção de um novo discurso midiático sobre as culturas populares do DF.
Para elaboração da pesquisa, utilizei diversos autores acadêmicos, mas também entrevistei brincantes da cultura popular local, que são capazes de mostrar, a partir da vivência do dia-a-dia, suas realidades, além de pensar em maneiras de solução e resistência., |