Produção ou predação : o aparato do agronegócio mato-grossense e suas consequências pela perspectiva yawalapíti

Abstract

Este é um trabalho sobre os impactos do avanço das fronteiras agrícolas sobre a Terra Indígena do Xingu (TIX), situado em Mato Grosso. Trago a perspectiva do povo Yawalapíti como a referência local, estes que são 1 dos 16 povos que vivem na TIX e que apesar de terem a terra demarcada e homologada estão em situação de forte pressão pelas atividades predatórias que acercam seus limites. O entorno do território é marcado por grandes latifúndios de monocultura – principalmente soja, milho e algodão – e em menor escala a criação de gado para corte. Esta região de fazendas vizinhas a terra indígena (TI) é local das cabeceiras dos três principais rios formadores do Rio Xingu – Rios Kurisevo, Kuluene e Ronuro – estes que ficaram fora da demarcação da TI por processos políticos e de interesse do Estado de Mato Grosso. A centralidade dos impactos se dá nesta distribuição geográfica, considerando que é costumaz o uso de agrotóxicos nas grandes lavouras, fazendo com que as três cabeceiras dos rios formadores sejam contaminadas e consequentemente violam os direitos dos povos indígenas que necessitam deste rio para seu estilo de vida. Dado breve cenário, a finalidade desta obra é compreender o cenário ecológico e ambiental, considerando a perspectiva yawalapíti e sua articulação para proteção do território e preservação da cultura alto-xinguana.