O fazer da expressão visual : o design como aliado na luta subversiva das visualidades da mulher

Abstract

O fazer expressivo, além de ser uma maneira de manifestar o subjetivo e experienciar o mundo, é também uma forte fonte de produção imagética. Como processo projetual, pode ser pensado dentro do campo do design de maneira que este o oriente em sua produção, guiando seu conteúdo e a intenção daqueles que o fazem. Partindo de experiências pessoais do fazer artístico - onde a representação da mulher é um tema emergente -, atrela-se o conceito de wicked-problem para trabalhar o processo dentro de uma perspectiva de design como ferramenta não somente projetual, mas também social. A partir disso, definiu-se o objetivo desta pesquisa como sendo aplicar ferramentas de design para estruturar a produção imagética no campo artístico/expressivo. Assim, levou-se à definição do método que divide a pesquisa em duas etapas: imersão teórico-analítica sobre as questões que permeiam a temática “mulher” e suas representações e, em seguida, utilização de ferramentas de design para orientar a produção poética-expressiva. A primeira atravessa uma breve análise sobre o poder regulatório que se faz presente em mulheres - entendendo sob quais corpos age, investigando questões como não binariedade, transexualidade, dentre outras -, perpassando por estudiosas como Federici (2017), Beauvoir (1967) e Butler (2003), logo depois tratando de visualidades e as representações imagéticas dentro do contexto explorado. Assim, aliado à análises de obras contemporâneas produzidas por mulheres, enxerga-se a questão por um todo como um wicked-problem para, então, tratar a expressão visual como um problema de design. Em seguida, trouxe-se dois projetos que foram feitos utilizando das ferramentas propostas para sua concretização, ao demonstrar resultado positivo, verificou-se que o processo projetual de design feito através dessas ferramentas corrobora para a expressão visual com a representação da mulher em foco. Entretanto, por ser uma pesquisa a respeito de um wicked-problem, existe uma extensa margem que possibilita mais investigações que explorem como o design pode ser um aliado na luta subversiva das visualidades da mulher.