Os estudos clássicos e o Brasil : latim e grego para quê?

Abstract

Sendo considerada berço do Ocidente, a Antiguidade influenciou em grande escala a chamada Educação Clássica Medieval, cujos valores humanistas continuaram a desempenhar um importante papel dentro do cenário educacional e filosófico mundial. Nesse contexto, o estudo das Línguas Clássicas, Latim e Grego, era considerado a chave para o domínio das artes da linguagem dentro do Trivium medieval, bem como instrumento através do qual os alunos teriam contato com as grandes obras greco-latinas. Apesar de sua importância, no Brasil hoje, os Estudos Clássicos se encontram reclusos ao meio universitário, fazendo com que uma grande parcela da população não tenha acesso a eles e, por isso, continue ignorante do fato de que as Línguas e Cultura Clássicas também fazem parte de sua herança e identidade. Além disso, dentro do cenário atual, esta antiga área se vê em constante necessidade de justificar-se quanto a sua relevância –em grande parte devido à ascensão de uma visão puramente utilitarista da educação que valoriza apenas aqueles conhecimentos que possuam “utilidade prática e imediata”. Nosso trabalho propõe uma análise dos Estudos Clássicos desde suas raízes greco-romanas e surgimento durante a Idade Medieval, assim como sua conexão com a história da educação brasileira, a fim de quebrar com a mentalidade utilitarista e resgatar o real valor de se debruçar sobre os estudos de Grego e Latim, e também da bagagem cultural que tais línguas carregam.