Mutilação genital feminina e os impactos nos papéis ocupacionais : possíveis intervenções da terapia ocupacional

Abstract

Introdução: A mutilação genital feminina (MGF) se constitui um prática nociva a saúde da mulher que implica na remoção parcial ou total da genitália feminina, comumente realizado na infância e/ou adolescência gerando danos físicos, psicológicos e sociais. Reconhecida mundialmente como uma violação dos direitos humanos das mulheres, limitando o direito de acesso à saúde e se configurando uma problemática global relacionado a questões políticas, econômicas e sociais. Objetivo: O presente estudo buscou compreender os impactos que a mutilação genital feminina acarreta nos papéis ocupacionais e no cotidiano da população que é submetida a essa prática. Apontando para os aspectos culturais, políticos e sociais de manutenção da MGF. Método: Trata-se de uma revisão integrativa, na qual foi utilizado o método de análise de conteúdo proposto por Bardin que compreende três etapas: a pré análise, exploração do material e interpretação dos resultados. A amostra final do estudo foi composta por oito artigos, posteriormente categorizados de acordo com a correlação dos temas MGF, contextos socioculturais, saúde da mulher, atividades cotidianas e Terapia Ocupacional. Resultados: Os estudos analisados identificaram que os danos advindos da prática gera impactos significativos no cotidiano de mulheres MGF interferindo na manutenção da qualidade de vida, bem como sendo justificada por aspectos socioculturais que legitimam a violência sobre o corpo feminino. Conclusão: Infere-se que a Terapia Ocupacional pode fornecer abordagens terapêuticas alternativas frente a esse coletivo visando a autonomia, prevenção e manutenção da qualidade de vida. Visto que as intervenções são pautadas na singularidade do sujeito considerando aspectos heterogêneos do cotidiano.