Comércio de pequenas frutas vermelhas (amora, framboesa e mirtilo) in natura nos estabelecimentos do Distrito Federal

Abstract

O presente trabalho teve como objetivo geral analisar o comércio das berries (amora, framboesa e mirtilo) in natura nos estabelecimentos comerciais do Distrito Federal. A pesquisa foi realizada nos períodos entre outubro de 2020 a março de 2021, em 92 estabelecimentos (atacados, hipermercados, supermercados, mini mercados, mercearias, armazéns e empórios de frutas, verduras e legumes), localizados nas 33 regiões administrativas do Distrito Federal. O trabalho consistiu em uma pesquisa exploratória, com amostragem não probabilística. A coleta de dados foi através de questionários previamente estruturados e validados. A análise abarcou: identificação das regiões administrativas onde são comercializadas as referidas frutas; o volume comercializado em cada região, a quantidade de estabelecimentos que vendem as três berries; características de sazonalidade e demanda do comercio; Regiões e Estados de origem, com a quantidade adquirida; volume anual comercializado no Distrito Federal; quantidade comercializada, frequência de abastecimento, perda semanal e preço médio das berries comercializadas por tipo de estabelecimento, bem como indícios sobre evolução na procura das berries nos últimos anos. Dentre as 33 RAs, constatou-se que em 17 RAs comercializam as berries, em regiões com menor e maior poder aquisitivo. Constatou-se que o mercado de amora, framboesa e mirtilo in natura ainda é tímido, com volume anual comercializado de 30.051,96 kg para amora, 18.051,96 kg para framboesa e 43.428,00 kg para o mirtilo. Ao mesmo tempo, as características desse mercado indicam potenciais oportunidades para quem deseja investir na produção, demonstrando que a maior parte dos produtos provém de outras regiões do Brasil (amora e framboesa) ou de importação de outros países (mirtilo). Além disso, há comercio durante o ano todo, porém, a maior demanda concentra-se no final do ano. Entretanto, precárias condições de pós-colheita, embalagem, transporte e armazenamento são fatores que determinaram menor tempo de prateleira, resultando em perda para comercio. Ao mesmo tempo, o preço do produto parece ser um forte empecilho à expansão do comercio local, uma vez que os maiores volumes comercializados concentram-se nas regiões de maior poder aquisitivo: Plano Piloto, Lago Sul, Águas Claras, Sudoeste, Guará e Lago Norte. A entrada nesse mercado exigirá dos produtores um sistema eficiente de produção e logística, que aproveite as condições edafoclimáticas favoráveis, com a vantagem de ofertar frutos mais frescos.