Resumo: | O presente trabalho é uma sequência de Dissertação Filosófica 1 e buscará examinar o conceito de explicação, considerando a bifurcação realizada por Richard Swinburne em sua obra The Existence of God entre explicação científica e explicação pessoal e relacionando a teoria deste autor a outras teorias da explicação, apresentadas na obra organizada por David-Hillel Ruben, Explanation. 1 Trabalho apresentado ao Departamento de Filosofia da Universidade de Brasília em 2010, o qual possibilitou-nos comparar os modelos de Davidson e de Hempel e definir o objeto desta monografia. Para a definição de nosso problema elegemos duas questões prementes, as quais nasceram em virtude dos problemas levantados em Dissertação Filosófica 1. Primeiramente, questionamos se o entendimento de Richard Swinburne a respeito da descrição de Donald Davidson sobre explicações das ações humanas é ou não apropriado. A segunda questão relaciona-se às objeções que a teoria da explicação de Hempel sofre e suas consequências na teoria da explicação de R. Swinburne. Mostraremos que a ideia de explicação científica de Swinburne, apesar das ressalvas que ele faz, tem como ponto de partida a teoria da explicação científica de Hempel. Assim, questionamos se problemas afetos à descrição hempeliana poderão comprometer a descrição swinburniana. Para dar cabo a esta tarefa, o artigo de Rolf Eberle, David Kaplan & Richard Montague (1961) e a apresentação de teorias da explicação científica alternativas nos ajudarão a esclarecer se de fato as críticas dirigidas à descrição de Hempel podem ser estendidas à de Swinburne. Em meio a isso, uma questão que emerge é sobre como se falar seja de explicação científica seja de explicação pessoal em vista de desenvolvimentos filosóficos alternativos acerca da explicação? O presente estudo foi dividido em duas partes. A primeira tratará da exposição da teoria da explicação de Richard Swinburne, que distingue entre explicação científica e explicação pessoal. Também nesse primeiro capítulo, abordaremos a crítica dirigida a D. Davidson quanto a um possível reducionismo de intenções e desejos humanos a suas dimensões físicas, e apresentaremos uma leitura de Davidson distinta da realizada por Swinburne. Para o segundo capítulo, iniciamos com a exposição da descrição de explicação científica de Hempel-Oppenheim e, por conseguinte, a algumas objeções ao modelo hempeliano de explicação. Dessas, destacamos as críticas do artigo de Eberle, Kaplan e Montague; o problema da ambiguidade e algumas teorias alternativas que levam em conta os aspectos contrastivos e contextuais como as descrições de P. Lipton e Van Fraassen, respectivamente. Depois de percorrer esse caminho, estaremos em posição de sustentar a hipótese de uma referência desnecessária que Swinburne faz a Hempel, quando da defesa de seu dualismo de explicação. |