Infância, linguagens e expressão : o desenho das crianças

Abstract

O presente trabalho de conclusão de curso possui como objeto de estudo desenhos de crianças de 5 e 6 anos, considerando como questionamento central a investigação sobre de que maneira o desenho, enquanto forma de expressão das crianças, constitui as culturas infantis. Para tanto, como aporte teórico, utilizou-se autores da Sociologia da Infância como Sarmento (2004, 2008), Qvortrup (1995, 2001 e 2010) e Corsaro (1992, 2003 e 2011), que contribuíram para um entendimento detalhado sobre infâncias e crianças. Neste viés, a criança é compreendida como sujeito, não fragmentado, que possui suas demandas específicas e é produtora de culturas. Portanto, o desenho da criança foi estudado a partir de conceitos que emergem e concordam com esta perspectiva. Parte da metodologia incluiu a pesquisa de campo considerando a escuta sensível dos meninos e meninas aliada à observação e à percepção das múltiplas linguagens juntamente com os desenhos. Para isso, a pesquisa de campo foi realizada em um Jardim de Infância público localizado na área central de Brasília, nos meses de abril e maio de 2019. Vale ressaltar que a pesquisa foi feita com as crianças e não somente sobre elas. Partindo desse pressuposto, pôde-se perceber que o desenho na instituição investigada, em determinadas situações, ainda é um exemplo de didatização do lúdico, sendo utilizado principalmente em atividades que oferecem pouco espaço para a expressão das crianças, reforçando práticas que tendem a corroborar com a valorização do produto e não do processo, considerando padrões de traços e formas de desenhar no espaço da folha, no intuito de uniformizar as produções das crianças.