Resumo: | O esporte possui grande influência na sociedade brasileira. A cada Jogos Olímpicos e Copas do Mundo de Futebol, a população se mobiliza na torcida para que atletas que representam sua nação, atinjam o lugar mais alto do pódio. Uma conquista deste porte é resultado de uma vida dedicada ao esporte, consequência de um longo processo, iniciado ainda na infância e juventude, que passa pela detecção do talento, iniciação e especialização esportiva, até a profissionalização. No entanto, não existe um consenso de quem deva assumir a responsabilidade pela efetivação destas etapas. Pela quantidade de crianças e adolescentes que recebe, muitos acreditam que a escola seria o agente ideal para assumir este papel. Além do potencial humano que dispõe seria um local para democratizar o acesso ao esporte, que cada vez mais está restrito aos clubes, onde apenas uma pequena parcela da população tem condições de usufruir. Por isso, este trabalho buscou conhecer a percepção de atletas profissionais de elite acerca do papel da escola na detecção e formação de talentos esportivos. Para isso, utilizando como instrumento de coleta de dados um questionário, 21 atletas e ex-atletas de elite de diferentes esportes e que tiveram relação com o Distrito Federal, participaram da pesquisa. Verificou-se que estes acreditam que a escola possa compor a base do esporte nacional, podendo ela proporcionar o primeiro contato com o esporte e assim participar da iniciação esportiva e detecção de talentos. Porém, quanto à ideia da formação de atletas na escola, verificou-se duas linhas de pensamento. Uma entende que a escola deva também atuar com este propósito e outra que defende que, identificados os talentos, estes sejam encaminhados para locais específicos de formação esportiva. Por fim, a pesquisa apontou uma quase unanimidade quanto a percepção dos entrevistados sobre a fragilidade da atual estrutura de formação de atletas no Brasil, sendo que 52,4% a consideraram regular, enquanto 42,9% a definiram como péssima. |