Estudo sobre viabilidade de uso de cevada cultivada na região centro-oeste para produção de cerveja

Abstract

O mercado cervejeiro nacional vem aumentando no decorrer dos últimos anos. Em dez anos, o número de cervejarias no Brasil foi de 100 para 1000 unidades. Com o atual volume de produção, a demanda por insumos aumentou exponencialmente, principalmente de maltes e lúpulos especiais, os quais são majoritariamente importados. Sabe-se que o Brasil apresenta uma grande produção agrícola, logo, visando expandir a produção de cevada/malte nacional e suprir a demanda do mercado, pesquisa-se a viabilidade de cultivo da cevada na região centro oeste para fins cervejeiros. O trabalho tem como objetivo estudar uma cevada cultivada na região e avaliar suas análises físico-químicas e biológicas para seu uso no setor cervejeiro, assim como suas implicações nas etapas produtivas. A cevada foi analisada, submetida ao processo de malteação e, em seguida, caracterizada. De acordo com as análises de classificação e peso de mil grãos, a cevada produziu um malte de baixa qualidade, porém diante das demais análises observou-se que seus resultados se encontram dentro da faixa esperada para um malte de cevada comercial. Foi constatado que a qualidade do malte foi afetada pela secagem inadequada e que houve implicações ao longo da produção da cerveja. Consequentemente, houve impacto no rendimento e eficiência da produção causando prejuízos financeiros. Sendo assim, a cevada cultivada na região centro oeste pode ser inserida no mercado cervejeiro, porém não para a produção de malte tipo base, tais como: pilsen, vienna, munich, em função de seu alto teor de proteínas. Além de interferir diretamente na coloração do produto final, sabe-se que os maltes especiais são adicionados em pequenas quantidades (1-20%) na produção de cerveja e, a alta porcentagem de proteínas da cevada não irá impactar no rendimento e perdas financeiras. Desta forma, o emprego da cevada estudada é recomendado para a produção de maltes especiais, os quais apresentam alto valor agregado e menor rendimento produtivo na indústria cervejeira.