Utilize este link para identificar ou citar este item: https://bdm.unb.br/handle/10483/22593
Arquivos neste item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
2018_LuziaTherezaOliveiraLima_tcc.pdf144,75 kBAdobe PDFver/abrir
Título: O perspectivismo ameríndio e o território em A queda do céu : palavras de um xamã yanomami
Autor(es): Lima, Luzia Thereza Oliveira
Orientador(es): Ribeiro, Pedro Mandagará
Assunto: Índios
Ontologia
Data de apresentação: 2018
Data de publicação: 11-Out-2019
Referência: LIMA, Luzia Thereza Oliveira. O perspectivismo ameríndio e o território em A queda do céu: palavras de um xamã yanomami. 2018. 14 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Letras Português)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.
Resumo: Este trabalho busca estabelecer conexões entre o conceito de Perspectivismo Ameríndio, de Viveiros de Castro, e a relação entre os Yanomami e o território, o objeto de estudo para esse fim é o livro “A Queda do Céu”, de Davi Kopenawa e Bruce Albert. Para entender o Perspectivismo Ameríndio, é necessário se distanciar da clássica dicotomia entre Natureza x Cultura, pois os elementos humanos e os elementos animais, naturais, espirituais não são colocados em oposição, eles se transformam de acordo com a perspectiva. Assim, a dinâmica entre os seres e o território é influenciada pelo Perspectivismo Ameríndio, na medida em que o estatuto dos entes dentro de determinada ontologia influencia as relações dentro da totalidade do meio-ambiente a que se refere. No caso Yanomami, o habitat dessa sociedade com seu conjunto de vida é chamado Urihi (LAUDATO, 1998) e a esse conjunto os Yanomami integram-se e mantêm suas existências colaborando com a lógica da floresta, pertencendo a ela. Para exemplificar: Escolhemos os locais onde vemos que há uma roça posta no solo da floresta. Assim, preferimos os lugares onde crescem cacaueiros [...]. Quando abrimos nele um roçado pequeno, dá muito alimento. Assim, a fertilidade në rope continua presente no chão da floresta [...]. (KOPENAWA e ALBERT pg. 470, 2015) Por outro lado, no contexto ocidental, o antropocentrismo, ligado à ontologia hegemônica, faz com que os ocidentais encarem a “Natureza” e seus elementos como recursos naturais que devem servir ao ser humano. A consequência disso é uma ideia de que o Homem está em uma posição de superioridade e, por isso, detém um aparente controle sobre os outros entes que configuram o universo. Portanto, os ocidentais participam da lógica do seu ambiente apenas para habitá-lo e servir-se dele. Os grandes homens dos brancos pensam [...]: “a floresta está aqui semrazão, então podemos estragá-la o quanto quisermos! Ela pertence ao governo!”. Contudo, não foram eles que a plantaram e, se a deixarmos nas mãos deles, farão apenas coisas ruins. Vão derrubar suas árvores grandes e vendê-las nas cidades. Vão queimar as que sobrarem e sujarão todas as águas (KOPENAWA e ALBERT pg. 469, 2015). É importante, então, compreender que essas “visões de mundo” destoantes demonstram que, no que diz respeito ao território, a imposição de valores ocidentais às sociedades ameríndias é uma violação ao sentido destas próprias existências, já que atacam fundamentalmente a dinâmica da Uhiri.
Informações adicionais: Trabalho de Conclusão de Curso (graduação)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Teoria Literária e Literaturas, 2018.
Aparece na Coleção:Letras - Português



Este item está licenciado na Licença Creative Commons Creative Commons