Embriagado de amor e sangue negro : manifestações de silêncio verbal e incomunicação nos filmes de Paul Thomas Anderson

Abstract

Revelado para a indústria cinematográfica no início da década de 1990, após ter um curta-metragem selecionado pelo laboratório do Sundance Film Festival, o diretor norte-americano Paul Thomas Anderson é considerado um dos principais nomes da renovação do cinema dos Estados Unidos nas últimas duas décadas. Abordando temas que vão desde o esvaziamento cultural sofrido pela sociedade ocidental até o papel da figura masculina na contemporaneidade, Anderson dirigiu e roteirizou oito filmes de longametragem ao longo de seus 22 anos de carreira. Contudo, além dos eixos temáticos apresentados, existem outros elementos que dão unidade a sua obra, tal como o desenvolvimento de personagens socialmente desajustadas, isoladas, que demonstram inabilidade em se comunicar e, muitas vezes, encontram no silêncio um refúgio para seus conflitos. Outra característica marcante das tramas enredadas por Anderson é o uso da música como componente crucial para a compreensão do estado de espírito de suas personagens e do discurso construído pelo diretor. Diante desse contexto, o presente trabalho tem o objetivo de analisar as produções Embriagado de amor e Sangue negro, dirigidas por Anderson, com o intuito de compreender de qual maneira o cineasta utiliza a incomunicação e o silêncio como elementos narrativos. Para tanto, foi realizada uma breve contextualização acerca da história do som e do silêncio no cinema, bem como a fundamentação de tópicos como a função dos diálogos e da música nos filmes.